quinta-feira, 5 de janeiro de 2017


Beata Marcelina Darowska
(Maria Marcelina da Imaculada Conceição), fundadora
Século XIX/XX - Ucrânia
Memória litúrgica a 5 de Janeiro
Foi Beatificada a 6 de Outubro de 1996, na Praça de São Pedro em Roma, pelo Papa São João Paulo II.
Marcelina Darowska nasceu a 28 de Janeiro de 1827, em Szulaki, na actual Ucrâina, à época Polónia ocupada pela Rússia. Marcelina era a quinta dos oito filhos de Jan Kotowicz e Maksymilia Jastrzebska, proprietários de terrenos agrículas abastados. Cresce no típio ambiente dos senhores rurais. Na época, a sua cidade natal Szulaki estava sob ocupação russa, que queria a todo o custo destruir o património cultural polaco, provocando o encerramento dos seminários e dos conventos da Igreja Católica, que era muito perseguida.
Marcelina fez a Primeira Comunhão aos 10 anos e aos 12 foi enviada a um rigoroso colégio interno feminino em Odessa. Desde menina, nela desabrochou o desejo de uma vida consagrada. Depois de ter estudado por três anos regressou a casa e começa a ajudar o pai na gestão das propriedades agrículas da família.
Não podendo satisfazer o seu desejo pela falta de conventos na região e por oposição paterna, acaba por prometer ao pai que se casaria.
Aos 21 anos aceitou casar com Karol Darowski proprietário de terras na Podolia (histórica região da Ucrâina, dividida, naquele tempo, entre a Austria e a Russia). Mas o matrimónio só se poderá celebrar um ano depois, pois Marcelina que teve que ceder à insistência do pai, reage com uma dolorosa paralisia na perna e um enfraquecimento geral do organismo, que quase a levou à morte.
Depois de semanas de doença recompõe-se a a 2 de Outubro de 1824 casou com Karol Darowski por obediência. Mesmo assim, foi uma esposa exemplar e do matrimónio nasceram dois filhos, José e Carolina.
Infelizmente, três anos depois, o marido morre de tifo e alguns meses depois também morre o filhinho José. Viúva as 25 anos promete a Nossa Senhora, fazendo um voto “de não voltar a pertencer a nenhuma criatura”. Assim, e para se curar faz uma viagem ao estrangeiro. Primeiro a Berlim, depois a Paris e a 11 de Abril de 1853 chega a Roma.
Aqui, em 1854 trava conhecimento com a Serva de Deus Josefina Karska (1823-1860), estreitando com ela uma sólida amizade. Coloca-se sob a orientação espiritual do Padre Jerónimo Kaysiewicz, Resurrecionista, (Congregação fundada em Paris em 1836 por três emigrantes polacos, Semenenko P., Janski B. e o próprio Jerónimo Kaysiewicz). Os dois estavam para fundar um Instituto religioso, cuja missão era a formação da juventude feminina para a vida social, sobretudo aquela das classes elevadas.
A 12 Maio de 1854, Marcelina Darowska, pronunciou privadamente os votos de castidade e obediência nas mãos do Padre Jerónimo Kaysiewicz. Passado algum tempo tempo, Marcelina regressou a casa, para organizar a vinda da sua filha Carolina e dois meses depois da morte prematura da sua amiga Josefina Karska, a 10 de Dezembro de 1860, regressou a Roma.
No momento, a Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, fruto da obra comum de Josefina Karska e Marcelina Darowska, contava apenas 4 irmãs.
A irmã Marcelina faz os três votos (de pobreza, castidade e obediência) a 3 de Janeiro de 1861 em Roma, assumindo a função de Superiora da nova Congregação. Empenha-se na transferência da Congregação para a sua pátria natal. Em Novembro de 1861 regressou à sua pátria e depois de ter assistido em poucos meses à morte dos seus pais, escolhe um terreno para a fundação do primeiro convento em Jazlowiec na diocese de Leopoli. Em 1863 as últimas irmãs deixam Roma.
Conduz com prudência e energia por cinquenta anos a sua Congregação. Em 1863 obtém o decreto de louvor e em 1874 o decreto de aprovação. Em 1889 são aprovadas as Constituições, por ela mesma redigidas.
Sobretudo, depois da morte do Padre Kajsiewicz, o seu guia espiritual, teve muitas dificuldades. Amou particularmente a Cruz e dizia: “Esta é o beijo do amor de Deus”.
Nos anos seguintes foram abertas outras casas e todas tinham uma escola média com internato e uma escola elementar. Também foram abertas pequenas instituições gratuitas para pessoas pobres, como asilos, cursos profissionais e de instrução complementar.
Nas suas escolas foram formadas gerações de mulheres sábias e corajosas, de modo que conhecessem Deus e o amassem seguindo os seus mandamentos, amando o próximo e cumprindo os seus próprios deveres.
Marcelina Darowska depois de ter sofrido de distúrbios cardio-vasculares e de fortíssimas dores de cabeça, que lhe tornaram pesadas as suas actividades normais, morre a 5 de Janeiro de 1911 em Jazlowiec deixando seis casas e 350 irmãs. Hoje a sua Congregação, para além da Polónia, tem casa na Bielorussia e na Ucrânia.
Tradução e adaptação do Italiano ao Português pelo P. Marcelino Caldeira
Cf. http://www.santiebeati.it/dettaglio/92201

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