sábado, 1 de outubro de 2016


ORAÇÃO A CRISTO ORANTE
Senhor Jesus, Orante e Mestre,
aqui estamos: somos o Vosso Povo, o Vosso rebanho,
os herdeiros da Vossa Oração.
Os nossos olhos, o nosso pensamento, o nosso coração,
estão voltados inteiramente para Vós:
queremos ver-Vos orar,
para imitar, com amorosa atenção,
os Vossos gestos, os Vossos modos,
os Vossos lugares e os Vossos tempos;
as Vossas palavras, os Vossos silêncios:
a Vossa Oração, Senhor!
Sabemos que só em Vós está a Fonte viva da Oração.
A quem iremos? Só Vós tendes palavras de Oração viva.
Ensinai-nos a Orar!
A fazer da Oração experiência de Amor.
Os Vossos braços levantados
são o Caminho da nossa súplica.
O Vosso Coração,
a Árvore frondosa onde se aninham as nossas orações;
Vós Sois a Vide onde enxertamos
o trémulo Abbá que geme o Espírito.
Os Vossos olhos fixos no Pai que nada Vos nega
e as Vossas mãos abertas em confiada súplica de Menino,
são Jesus, a Escola da nossa oração de filhos.
Entre o átrio das nossas inquietações mais externas
e o altar do nosso ferido coração:
chorais Vós, Sacerdote Eterno, presente dentro de nós,
pelos que vivemos longe do Amar do Pai.
Senhor, ensinai-nos a orar, mas mais ainda:
ensinai-nos a deixar-vos orar, a Vós, em nós.
Que a Vossa oração flua pelo nosso caminho interior
e transforme o estéril areal da nossa seca oração
em regado paraíso do trato de amizade.
Vós, Amigo e Senhor, Irmão e Deus,
Mestre e Modelo,
sempre vivo para interceder,
que viveis e reinais e orais,
pelos séculos dos séculos.
Ámen.
Monges de Cristo Orante, Argentina

quinta-feira, 28 de julho de 2016


Hoje (28/07/2016), na Igreja de São Bartolomeu,
na Festa da Padroeira da Capela
da Casa Paroquial de Borba,
Nossa Senhora do Monte Tabor,
a Homilia foi assim:


Nos relatos bíblicos da Transfiguração de Jesus, sobre o Monte Tabor, nenhum deles, faz a mais pequena referência, à presença física de Maria no Monte Santo, a quando da Transfiguração.

Então, Nossa Senhora do Monte Tabor, não será uma fantasia devocional? Uma manipulação dos Mistérios da Fé?

São João Paulo II pode dar-nos uma ajuda quando diz: “O rosto de Cristo é um rosto de luz que rasga a obscuridade da morte: é anúncio e penhor da nossa glória, porque é o rosto do Crucificado Ressuscitado, o único Redentor da humanidade, que continua a resplandecer sobre nós (cf. Sl 67, 3)” (João Paulo II, 6 de Agosto de 2002). O mesmo João Paulo II, na «Novo Millennio Ineunte» questiona-nos desta forma: “E não é porventura a missão da Igreja reflectir a luz de Cristo em cada época da história, e por conseguinte fazer resplandecer o seu rosto também diante das gerações do novo milénio? Mas, o nosso testemunho seria excessivamente pobre, se não fôssemos primeiro contemplativos do seu rosto” (João Paulo II, Carta Apostólica «Novo Millennio Ineunte», 16).

Este Rosto Luminoso recebêmo-l’O por Maria, que sobre ela deixou resplandecer, de modo admirável, a Luz que vem de Deus.

Resplandece em Maria que, por misterioso privilégio de Deus, nunca foi tocada pelo pecado, por isso a aclamamos como Imaculada, desde a sua Conceição.

Mas, resplandece ainda mais luminosamente, porque, mesmo sem o contemplar Transfigurado sobre o Monte Santo, o contemplou criança inocente na gruta de Belém, enquanto o embalava em seus braços virginais. Contemplou-o, no Templo de Jerusalém, quando Simeão e Ana o reconheceram como “Luz para se revelar às nações” (Lc 2, 32), a quando da sua purificação (cf. Lc 2, 28-38), ela a «Toda Pura».  E no mesmo Templo, contemplou-o entre os Doutores da Lei (cf. Lc 2, 41-51). Contemplou-o silenciosa e tranquilamente durante os longos anos laboriosos da Vida Oculta em Nazaré da Galileia (cf. Lc 2, 40). Contemplou-o nas Bodas de Caná e a todos nos convida a contemplá-lo como ela, quando nos diz: “«Fazei o que Ele vos disser!»” (Jo 2, 5). Contemplou-o discreta e ocultamente durante a Sua Vida pública. Contemplou-o, na Ceia, a Última Ceia, aquela em que, para nos amar até ao extremo, se nos deu como alimento (Cf. Jo 13 1-19). Contemplou-o Dolorosa na cruz (cf. Jo 19, 25) e inanimado entre os seus braços de Mãe. E foi a primeira a contemplá-lo Ressuscitado, e disso não tenho dúvida - mesmo se os relatos bíblicos o não retiveram -, na madrugada do primeiro dia da Semana, no luminoso e feliz Domingo de Páscoa. Contudo, contemplou-o de forma incompreensívelmente mais plena, quando repetindo a inocência pueril de Samuel (Cf. 1Sm 3, 1-10) responde ao anjo: “«Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.»” (Lc 1, 38)

Por isso, nela a Palavra do Senhor se torna Vida e Vida que nos dá vida em abundância (cf. Jo 10, 10). E antes mesmo, que a Vida se tornasse Carne em seu seio virginal, já ela era Feliz por ouvir a Palavra de Deus e a colocar em prática (cf. Lc 11, 28).

Antes mesmo de O gerar, já era imagem daquele que haveria de gerar e contemplar na carne… Ela foi a primeira, por privilégio de Deus, a ver restaurada em si a beleza, a imagem e semelhança de Deus (Cf. Gn 1, 26-27), que o próprio Deus imprimiu em nós e o pecado destroçou.

Assim, como Rainha do Monte Santo, como Senhora da Transfiguração, como Nossa Senhora do Monte Tabor, desafia-nos a subir com Pedro, Tiago e João, ao alto do Monte, a determo-nos em contemplação diante do Senhor Transfigurado, ladeado por Moisés e Elias, deixando-nos envolver pela Luz da Trindade e escutar a Voz que nos desafia a escutar o seu Filho Bem-Amado, realizando na nossa vida, como a Senhora do Monte Tabor, a Sua Divina Vontade, permitindo que Ele imprima em nós a Sua imagem, restaure em nós a Sua imagem: Cristo, “restituirá a perfeição da imagem divina, que se fragmentou em Adão, por causa da desobediência e do pecado” (El-Maskîne, Père Matta, “La nouvelle création de l´homme”, Abbaye de Bellefontaine, Bégrolles en Mauges, 1998, pg 166) e assim, poderemos dizer, com toda a plenitude do nosso ser: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.” (Gl 2, 20)

Como nova criatura espiritual, o Homem Novo é-o fundamentalmente à imagem do seu Criador. O objectivo último do Homem Novo, em virtude da sua criação segundo a imagem única e gloriosa do seu Criador, é de tender para o amor e deixar-se atrair pelo resplendor da face de Cristo, à qual todos seremos semelhantes, como diz São João: “E agora, filhinhos, permanecei nele, para que, quando Ele se manifestar, tenhamos plena confiança e não fiquemos cheios de vergonha, longe dele, por ocasião da sua vinda. Se sabeis que Ele é justo, sabei também que todo aquele que pratica a justiça nasceu dele. Caríssimos, agora já somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. O que sabemos é que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque o veremos tal como Ele é. (1Jo 2, 28-3, 2) (Cf. El-Maskîne, Père Matta, “La nouvelle création de l´homme”, Abbaye de Bellefontaine, Bégrolles-en-Mauges, 1998, pg 166)

No Mistério da Transfiguração, a Igreja, não celebra apenas a Transfiguração de Cristo, mas também a sua própria transfiguração: 2transformai-vos pela renovação de vosso espírito” (Rm 12, 2) e desafia-nos a “uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo.” (Bento XVI, «Porta Fidei», 6)

“A Igreja vive da imitação de Cristo. Tudo o que Cristo fez, a Igreja o faz também. Ele torna-se a sua vida. O apelo de Cristo a Mateus: «Segue-me» (Mt 9, 9) significa: «Toma a minha vida para ti». A Igreja aplicou este chamamento a ela mesma” (El-Maskîne, Père Matta, “La communion d’amour”, Abbaye Bellefontaine, Bégrolles-en-Mauges, 1992, pg. 127).

Contemplando, em Cristo Transfigurado a glória Divina, tornamo-nos o espelho em que Cristo gosta de reflectir essa mesma glória Divina. Contemplando, reflectimos aquilo que contemplamos: “Permanecendo simples e amorosamente na Sua presença para que possa reflectir em nós a Sua própria imagem como se reflecte o sol no límpido cristal” (Beata Isabel da Santíssima Trindade).

Contemplando Cristo, nós nos tornamos semelhantes a Ele, conformamo-nos a Ele, fazemo-nos um só espírito com Ele (Cf. Júlio II, Regra (OIC), 30), consentimos que o Seu mundo, os Seus propósitos, os Seus sentimentos e a Sua vida se imprimam em nós; que substituam os nossos pensamentos, propósitos e sentimentos, tornando-nos assim semelhantes a Ele. Como diz São João da Cruz tenha sempre a alma o desejo contínuo de imitar a Cristo em todas as coisas, conformando-se à sua vida que deve meditar para saber imitá-la e agir em todas as circunstâncias como ele próprio agiria” (São João da Cruz). Contemplando o Seu “Rosto” vamo-nos deixando, por Ele, “despir das obras das trevas e revestir das armas da luz” (Rm 13, 12), com vista a dizer com o apóstolo Paulo: “para mim, viver é Cristo” (Fl 1, 21).

“Se Jesus é o escolhido de Deus na história, nós estamos chamados a imitá-lo, a imitá-lo em silêncio, no ocultamento, na pobreza, deixando tudo por Ele, dando tudo, perdendo tudo para obtê-lo todo. O homem não é só fruto da criação, mas objecto de aliança, para que imite a Jesus; a nossa tarefa não consiste, por tanto, unicamente em adorar e obedecer, mas em ser em Jesus e em fazer como Ele, em segui-l’O” (MARTINI, Carlo Maria, “La transfiguración de Cristo e del cristiano a la luz del Tabor”, Sal Terrae, Santander, 2012, pg. 30).

Que a Imaculada Virgem Santa Maria do Monte Tabor nos conduza pela mão, neste caminho de contemplação de Cristo, nos ensine, como ela, a ser fiéis e a realizar sempre a Vontade de Deus nas nossas vidas, por forma a que, a Trindade de quem é Filha, Mãe e Esposa, possa imprimir em nós, a beleza e a imagem de Deus, estilhaçada pela desobediência e pelo pecado e possamos com ela cantar: “MAGNIFICAT ANIMA MEA DOMINUM” (Lc 1, 46) pois, “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.” (Gl 2, 20)

quinta-feira, 5 de maio de 2016


Servo de Deus Marcelino da Capradosso,
frade Capuchinho
Século XIX-XX - Itália
Frei Marcelino Maoloni de Capradosso di Rotella (AP) nasceu a 22 Setembro de 1873. Desde a infância foi admirado pelos seus conterrâneos pela sua profunda piedade para com Deus, pela sua humidade e disposição para a penitência.
Seguiu o ideal de São Francisco de Assis na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Foi querido por Deus e pelas pessoas pela sua bondade para com os doentes, pela assídua mortificação de si mesmo e pela clara compreensão das divinas verdades.
Uma grave doença torna-o num verdadeiro mártir e prepara-o para o Reino dos Céus. Morreu no Convento dos Capuchinhos de Fermo, a 26 de Fevereiro de 1909, com 36 anos de idade.
Ainda nos nossos dias são assinaladas graças obtivas pela sua intercessão.
As “Actas do Processo Diocesano” compiladas em Fermo, estão Roma esperando que a Sagrada Congregação para a Causa dos Santos as examine.
Para conseguir imagens, biografias e comunicar “graças” obtidas pela sua intercessão, dirigir-se a:
VICE POSTULAZIONE del Servo di Dio Marcellino da Capradoss
CONVENTO CAPPUCCINI
63023 FERMO (AP)
Itália
Tel. 0734/219379

sábado, 2 de janeiro de 2016

SAGRADA FAMÍLIA,
o meu Santinho Protector para 2016,
lança-me este desafio
“A vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” (Cl 3, 3) O desejo e a absoluta necessidade de Deus, de viver “SÓ” para Ele e de nada Lhe antepor.
O desejo, a necessidade e a vocação de passar despercebido aos olhos do "mundo".
...
O desejo e a necessidade de ocultamento, para viver discreta, gozosa e exclusivamente na presença de Deus, ao jeito da Sagrada Família, durante os longos, silenciosos, laboriosos e fecundos anos da “vida oculta” de Jesus, em Nazaré.
Saber permanecer “escondido”, saber permanecer “oculto”, para melhor, mais generosamente e sem qualquer tipo de estorvo, me poder abrir à graça de Deus, mergulhar no Seu Coração Misericordioso, só n’Ele viver, só para Ele viver e só d'Ele me alimentar.
Nutrindo-me de eternidade, consumindo-me e gastando-me pela paixão por Jesus Cristo e pelo zelo da Sua glória, transportar comigo toda a Humanidade, apresenta-la a Deus e como a lâmpada do Sacrário, iluminar e conduzir o caminho dos demais para Cristo.
Assumir como meu o projecto de vida de São João Baptista: “Ele é que deve crescer, e eu diminuir” (Jo 3, 30).
“O verdadeiro discípulo não procura servir-se a si mesmo ou ao «público», mas ao seu Senhor com simplicidade e generosidade: «E teu Pai, que vê o oculto, há-de recompensar-te» (Mt 6, 4.6.18).
Assumir como projecto de vida “que Deus seja Tudo em todos” (1Cor 15, 28).