segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013


ORAÇÃO PELO PAPA E PELO PRÓXIMO CONCLAVE
Deus Eterno e Omnipotente,
Pai, Filho e Espírito Santo,
que nos criastes à Vossa Imagem e semelhança e
de quem somos morada de eleição.
Nós Vos damos graças pelo serviço generoso e iluminador
que o Vosso humilde Servo, o Papa Bento XVI, prestou à Vossa Igreja.
Nós Vos pedimos que o acompanheis,
neste momento em que entrega o Ministério Petrino
nas Vossas mãos e ao longo de toda a sua vida.
Pois, o chamais a “subir ao monte”,
e a dedicar-se ainda mais à oração e à meditação,
continuando a servir a Vossa Igreja,
com a mesma dedicação e amor com que o fez até agora,
mas de uma forma mais adaptada à sua idade e às suas forças.
Nós vos pedimos, Deus Uno e Trino,
pelo próximo Conclave.
Assisti o colégio de Cardeais,
tornai-os dóceis aos vossos apelos,
iluminai o seu discernimento,
ajudai-os a identificar “o doce Cristo sobre a terra”
que Vós escolhestes e destinastes para orientar os destinos da Vossa Igreja
rumo à fidelidade e radicalidade evangélicas,
rumo à pátria celeste.
Isto Vo-l’O pedimos, por Maria, Vossa Filha, Mãe e Esposa.
Ámen.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

 
Nas tentações o que está em jogo é a fé, porque está em jogo Deus
"...Quaresma, tempo de conversão e penitência em preparação para a Páscoa. A Igreja, que é mãe e mestra, chama todos os seus membros a renovar-se no espírito, a reorientar-se decididamente para Deus, renegando o orgulho e o egoísmo para viver no amor. Neste Ano da Fé a Quaresma é um tempo propício para redescobrir a fé em Deus como critério-base da nossa vida e da vida da Igreja. Isso comporta sempre uma luta, um combate espiritual, porque o espírito do mal naturalmente se opõe à nossa santificação e busca fazer-nos desviar do caminho de Deus. Por isso, no primeiro domingo da Quaresma, todos os anos é proclamado o Evangelho das tentações de Jesus no deserto.
... Ao iniciar o seu ministério público, Jesus teve que desmascarar e repelir as falsas imagens de Messias que o tentador lhe propunha. Mas essas tentações são também falsas imagens do homem, ...  O núcleo central consiste em instrumentalizar Deus para os próprios interesses, dando mais importância ao sucesso ou aos bens materiais. O tentador é astuto: não impele diretamente em direção ao mal, mas a um falso bem, fazendo crer que as verdadeiras realidades são o poder e aquilo satisfaz as necessidades primárias. Dessa forma, Deus torna-se secundário, reduz-se a um meio, torna-se definitivamente irreal, não importa mais, desvanece. Em última análise, nas tentações o que está em jogo é a fé, porque está em jogo Deus. Nos momentos decisivos da vida, mas, vendo bem, a qualquer momento, estamos numa encruzilhada: queremos seguir o eu ou Deus? O interesse individual ou o que realmente é bem?
Como nos ensinam os Padres da Igreja, as tentações fazem parte da "descida" de Jesus à nossa condição humana, ao abismo do pecado e das suas consequências. Uma "descida" que Jesus percorreu até o fim, até a morte de cruz, até os infernos do extremo distanciamento de Deus. Desse modo, Ele é a mão que Deus estendeu ao homem, à ovelha perdida, para reconduzi-la a salvo. Como ensina Santo Agostinho, Jesus tirou de nós a tentação, para nos dar a vitória (cf. Enarr Psalmos em, 60,3:. PL 36, 724). Portanto, também nós não tememos enfrentar o combate contra o espírito do mal: o importante é que o façamos com Ele, com Cristo, o Vencedor. E para estar com Ele voltemo-nos para a Mãe, Maria: Invoquemos com confiança filial na hora da provação, e ela nos fará sentir a potente presença de seu Filho divino, para repelir as tentações com a Palavra de Cristo, e assim recolocar Deus no centro da nossa vida."
Bento XVI, Angelus de 17 de Fevereiro de 2013

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Come il pellicano - GEN VERDE




No deserto do exílio e entre espinhos,
quando o mal pesa e o mundo parece negro,
permanece ali para a todos dizer:
Que o Céu não está longe nem fechado.
Que para todos o Infinito tem uma carícia,
que nos estreita ao coração e enxuga o nosso
pranto.
Permanece ali para a todos dizer:
que nenhum jamais será esquecido.
 Abre como o pelicano,
as tuas asas ao Infinito,
como na Cruz no abraço,
que se alarga sobre a criação.
Deixa como o pelicano,
que o teu coração seja esquartejado,
na Sua a tua ferida,
seja nascente de Vida.
 Deixa que nos venha o sangue do perdão,
a Água Viva e o Eterno feito Pão,
o Óleo sobre as feridas,
fogo e sal de palavras jamais escutadas.
E depois deixa que te vejam de joelhos,
a lavar pés cheios de chagas.
Permanece ali para a todos dizer,
este Amor Imenso que se pode tocar.

Texto: Paola Stradi
Música: M. Thérèse Henderson e Nancy Uelmen

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Jesus denuncia a hipocrisia religiosa
Na página do Evangelho de Mateus, que pertence ao chamado Sermão da Montanha, Jesus faz referência a três práticas fundamentais previstas pela Lei mosaica: a esmola, a oração e o jejum; mas são também indicações tradicionais, no caminho quaresmal, para responder ao convite de «converter-se a Deus de todo o coração». Mas Jesus põe em evidência aquilo que qualifica a autenticidade de cada gesto religioso, dizendo que é a qualidade e a verdade do relacionamento com Deus. Por isso, denuncia a hipocrisia religiosa, o comportamento que quer dar nas vistas, as atitudes que buscam o aplauso e a aprovação. O verdadeiro discípulo não procura servir-se a si mesmo ou ao «público», mas ao seu Senhor com simplicidade e generosidade: «E teu Pai, que vê o oculto, há-de recompensar-te» (Mt 6, 4.6.18). Então o nosso testemunho será tanto mais incisivo quanto menos procurarmos a nossa glória, cientes de que a recompensa do justo é o próprio Deus, permanecer unido a Ele, aqui nesta terra, no caminho da fé e, no fim vida, na paz e na luz do encontro face a face com Ele para sempre (cf. 1 Cor 13, 12).
Bento XVI, da Homilia de 4ª Feira de Cinzas  (13.Fevereiro.2013)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013


Filho da Igreja... que amo profundamente
É no mínimo estranho e surreal, que alguém, e refiro-me ao Santo Padre o Papa Bento XVI, passe com uma rapidez tão alucinante como desconcertante, de "Santo" a "persona non grata".
A dúvida que teima em perseguir-me prende-se com comentário...
s (muito poucos - graças a Deus) de pretenso amor à verdade, à Igreja e ao seu futuro... citam-se documentos e mais documentos, visões e revelações apocalipticas, tecem-se comentários deselegantes - para não dizer completamente falhos de caridade evangélica, sobre discípulos apaixonados de Jesus que deram a vida pela Igreja..., contudo não encontro citações evangélicas, como por exemplo: "antes de mais a mútua e contínua caridade" ou o mandamento Novo do Amor... Com isto, não quero, não posso, nem devo julgar ninguém, pois a trave que tenho no meu olho é maior do quer qualquer argueiro no olho do meu irmão.
A dúvida que teima em perseguir-me... bem como a profunda tristeza prende-se com os comentários que antes referi, sobretudo porque nascem de gente da Igreja (!?!) ... Será que o que motiva tais comentários, é o amor à Igreja ou o amor àquilo que eu quero que a Igreja seja? O amor à Igreja de Jesus Cristo e que Ele depositou nas mãos de Pedro e sobre a qual o mal não prevalecerá, ou ... e o que não vem de encontro à minha vontade é cantiga?
Sempre gostei e cada vez mais gosto de Santa Teresa de Ávila e com ela quero muito no momento da "minha" páscoa poder dizer: "Enfim, filho da Igreja. Morro filho da Igreja" que amo profundamente.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013


Declaração de Renúncia do Papa Bento XVI,
ao ministério petrino
DECLARATIO
Caríssimos Irmãos,
convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.
Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.
BENEDICTUS PP XVI

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013


Manifestai-Vos, Senhor,
de modo tão claro, luminoso,
irresistível e arrebatador,
que eu não possa nem resistir-Vos
nem repelir-Vos.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

PALAVRA DE VIDA
Fevereiro de 2013
Chiara Lubich
«Nós sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos» (1 Jo 3, 14)
Num momento de graves dificuldades, João escreve às comunidades que ele tinha fundado. Na verdade, começavam a infiltrar-se heresias e falsas doutrinas em matéria de fé e de moral. Notava-se também o ambiente pagão, duro e hostil para com o espírito do Evangelho. E era neste ambiente que os cristãos tinham que viver.
Para os ajudar, o apóstolo indica-lhes o remédio radical: amar os irmãos, viver o mandamento do amor que, desde o início, tinham recebido e no qual ele vê resumidos todos os mandamentos.
Se assim fizerem, saberão o que é “a vida”, isto é, serão cada vez mais introduzidos na união com Deus, farão a experiência de Deus-Amor. E, fazendo esta experiência, serão confirmados na fé e poderão fazer frente a todos os ataques, principalmente em tempo de crise.
«Nós sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos».
«Nós sabemos…». O apóstolo faz referência a um conhecimento que vem da experiência. É como se dissesse: nós experimentámo-lo, tocámos diretamente. Era a experiência que os cristãos que ele evangelizou tinham feito no início da sua conversão: quando se põem em prática os mandamentos de Deus, e de modo especial o mandamento do amor para com os irmãos, entra-se na própria vida de Deus.
Mas, será que os cristãos de hoje conhecem esta experiência? Saberão, sem dúvida, que os mandamentos do Senhor se destinam a ser postos em prática. Jesus insiste continuamente que não basta escutar, é necessário pôr em prática a Palavra de Deus (cf. Mt 5, 19; 7, 21; 7, 26).
O que já não será tão evidente, para a maioria – ou porque o desconhece, ou porque o conhecimento que dele tem é puramente teórico, pois não o experimentou na prática –, é este maravilhoso aspeto da vida cristã que o apóstolo põe em relevo, isto é, que, quando vivemos o mandamento do amor, Deus toma posse de nós. E, um sinal inconfundível disto, é aquela vida, aquela paz, aquela alegria que Ele nos faz saborear já nesta Terra. Então tudo se ilumina, tudo se torna harmonioso. Deixa de existir separação entre a fé e a vida. A fé torna-se aquela força que impregna e une entre si todas as nossas ações.
«Nós sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos».
Esta Palavra de Vida diz-nos que o amor ao próximo é a via mestra que nos leva a Deus. Dado que todos nós somos seus filhos, não há nada que Ele deseje tanto como o amor aos irmãos. Não podemos dar-Lhe maior alegria do que quando amamos os nossos irmãos. E, porque nos traz a união com Deus, o amor fraterno é uma fonte inesgotável de luz interior, é fonte de vida, de fecundidade espiritual, de renovação contínua. Impede que no povo cristão se formem gangrenas, escleroses e águas estagnadas. Numa palavra, “faz-nos passar da morte para a vida”. Pelo contrário, quando falta a caridade, tudo murcha e morre. E compreendem-se então certos sintomas tão difundidos no mundo em que vivemos: a falta de entusiasmo, de ideais, a mediocridade, o tédio, o desejo de evasão, a perda de valores, etc.
«Nós sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos».
Os irmãos de quem o apóstolo fala são, sobretudo, os membros das comunidades de que fazemos parte. Se é verdade que devemos amar todas as pessoas, é também verdade que este nosso amor deve começar por aqueles que habitualmente vivem connosco, para depois se estender a toda a humanidade. Devemos, pois, pensar antes de mais nos nossos familiares, nos colegas de trabalho, nos membros da paróquia, da associação ou comunidade religiosa a que pertencemos. O amor aos irmãos não seria autêntico e bem ordenado se não partisse daqui. Onde quer que estejamos, somos chamados a construir a família dos filhos de Deus.
«Nós sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos».
Esta Palavra de Vida abre-nos perspetivas imensas. Impele-nos para a divina aventura do amor cristão, cujos horizontes são imprevisíveis. Antes de mais, recorda-nos que a resposta a dar ao nosso mundo – um mundo onde se elaboram teorias sobre a luta, a lei do mais forte, do mais astuto, de quem não tem preconceitos; onde, por vezes, o materialismo e o egoísmo parecem paralisar tudo – é o amor ao próximo. É este o remédio que o pode curar. Na verdade, quando vivemos o mandamento do amor, não só se tonifica a nossa vida, mas tudo à nossa volta sente os efeitos disso. É como uma onda de calor divino que se irradia e propaga, penetrando nos tecidos humanos, facilitando o relacionamento entre as pessoas e entre os grupos e transformando pouco a pouco a sociedade inteira.
Decidamo-nos, então. Não nos faltam irmãos para amar em nome de Jesus, temo-los sempre. Sejamos fiéis a este amor. Ajudemos muitos outros a sê-lo. Experimentaremos na nossa alma o que significa união com Deus. A fé reavivar-se-á, as dúvidas desaparecerão. Deixaremos de saber o que é o aborrecimento. A nossa vida ficará cheia, totalmente preenchida.
Este comentário à Palavra de Vida foi publicado em maio de 1985.