quarta-feira, 30 de novembro de 2011

2º Dia
NOVENA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
(...) o que significa que Maria é "Imaculada"? E o que diz a nós este título? Antes de mais, façamos referência aos textos bíblicos da liturgia hodierna, especialmente ao grande "afresco" do terceiro capítulo do Livro do Génesis e à narração da Anunciação do Evangelho de Lucas. Depois do pecado original, Deus dirige-se à serpente, que representa Satanás, amaldiçoa-a e acrescenta uma promessa: "Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta esmagar-te-á a cabeça, ao tentares mordê-la no calcanhar" (Gn 3, 15). É o anúncio de uma vitória: Satanás, no início da criação parece estar em vantagem, mas virá um filho de mulher que lhe esmagará a cabeça. Assim, mediante a descendência da mulher, o próprio Deus vencerá. Aquela mulher é a Virgem Maria, da qual nasceu Jesus Cristo que, com o seu sacrifício, derrotou de uma vez para sempre o antigo tentador. Por isso, em muitos quadros ou imagens da Imaculada, Ela é representada no acto de esmagar uma serpente sob os seus pés. Ao contrário, o Evangelista Lucas mostra-nos a Virgem Maria quando recebe o anúncio do Mensageiro celeste (cf. Lc 1, 26-38). Ela aparece como a humilde e autêntica filha de Israel, verdadeira Sião na qual Deus quer estabelecer a sua morada. É o rebento do qual deve nascer o Messias, o Rei justo e misericordioso. Na simplicidade da casa de Nazaré vive o "resto" puro de Israel, do qual Deus quer fazer renascer o seu povo, como uma árvore nova que estenderá os seus ramos no mundo inteiro, oferecendo a todos os homens frutos bons de salvação. Diferentemente de Adão e Eva, Maria permanece obediente à vontade do Senhor, pronuncia o seu "sim" total e põe-se plenamente à disposição do desígnio divino. É a nova Eva, verdadeira "mãe de todos os vivos", isto é, de quantos pela fé em Cristo recebem a vida eterna.
Queridos amigos, que imensa alegria ter por mãe Maria Imaculada! Cada vez que experimentamos a nossa fragilidade e a sugestão do mal, podemos dirigir-nos a Ela, e o nosso coração recebe luz e conforto. Também nas provações da vida, nas tempestades que fazem vacilar a fé e a esperança, pensemos que somos seus filhos e que as raízes da nossa existência afundam na graça infinita de Deus. A própria Igreja, embora exposta às influências negativas do mundo, encontra sempre nela a estrela para se orientar e seguir a rota que lhe foi indicada por Cristo. (...)
(Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, Bento XVI, "Angelus" - Praça de São Pedro, Terça-feira, 8 de Dezembro de 2009)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

1º Dia
NOVENA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
(...) «Alegra-te, ó cheia de graça: o Senhor está contigo» — diz o mensageiro de Deus, e deste modo revela a identidade mais profunda de Maria, o «nome», por assim dizer, com que o próprio Deus a conhece: «cheia de graça». Esta expressão, que nos é tão familiar desde a infância porque a pronunciamos todas as vezes que recitamos a «Ave-Maria», oferece-nos a explicação do mistério (...) [da Imaculada Conceição]. De facto, Maria, desde o momento em que foi concebida pelos seus pais, foi objecto de uma singular predilecção da parte de Deus, o qual, no seu desígnio eterno, a escolheu para ser a mãe do seu Filho feito homem e, por conseguinte, a preservou do pecado original. Por isso o Anjo dirige-se a ela com este nome, que literalmente significa: «desde o início cheia do amor de Deus», da sua graça.
O mistério da Imaculada Conceição é fonte de luz interior, de esperança e de conforto. No meio das provações da vida e sobretudo das contradições que o homem experimenta dentro de si e à sua volta, Maria, Mãe de Cristo, diz-nos que a Graça é maior que o pecado, que a misericórdia de Deus é mais poderosa que o mal e sabe transformá-lo em bem. Infelizmente todos os dias experimentamos o mal, que se manifesta de muitos modos nas relações e nos acontecimentos, mas que tem a sua raiz no coração do homem, um coração ferido, doente e incapaz de se curar sozinho. A Sagrada Escritura revela-nos que na origem de cada mal está a desobediência à vontade de Deus, e que a morte ganhou domínio porque a liberdade humana cedeu à tentação do Maligno. Mas Deus não falta ao seu desígnio de amor e de vida: através de um caminho de reconciliação longo e paciente preparou a aliança nova e eterna, selada no sangue do seu Filho, que para se oferecer a si mesmo em expiação «nasceu de mulher» (Gl 4, 4). Esta mulher, a Virgem Maria, beneficiou antecipadamente da morte redentora do seu Filho e desde a concepção foi preservada do contágio da culpa. Por isso, com o seu Coração imaculado, Ela diz-nos: confiai-vos a Jesus, Ele salvar-vos-á. (...)
(Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, Bento XVI, "Angelus" - Praça de São Pedro, Quarta-feira, 8 de Dezembro de 2010)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O POVO DE DEUS “REZA PELOS SACERDOTES”
“Estes são os que não se perverteram com mulheres, porque são virgens; estes são os que seguem o Cordeiro para toda a parte. Foram resgatados, como primícias da humanidade, para Deus e para o Cordeiro. Na sua boca não se achou mentira: são irrepreensíveis.” (Ap 14, 4-5)

“Possam todas as comunidades cristãs tornar-se "autênticas escolas de oração", onde se reze a fim de que não faltem trabalhadores no vasto campo do trabalho apostólico. Além disso, é necessário que a Igreja acompanhe com constante primor espiritual as pessoas chamadas por Deus e que "seguem o Cordeiro por onde quer Ele vá" (Ap 14, 4). Refiro-me aos sacerdotes, às religiosas, aos religiosos, aos eremitas, às virgens consagradas, aos membros dos Institutos seculares, em síntese, a todos aqueles que receberam o dom da vocação e trazem “este tesouro... em vasos de barro" (2 Cor 4, 7).
Mensagem do Beato João Paulo II para o 41º Dia Mundial de Oração pelas Vocações

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O SACERDOTE “CONSTRUTOR DE COMUNIDADE”
”Ainda que eu distribua todos os meus bens e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada me aproveita. O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará.” (1ª Cor, 13, 3-8)

“...aprendei d’Aquele que Se definiu a Si mesmo como manso e humilde de coração, despojando-vos para isso de todo o desejo mundano, de modo que não busqueis o vosso próprio interesse, mas edifiqueis, com a vossa conduta, aos vossos irmãos…”
Homilia do Papa Bento XVI aos Seminaristas na XXVI JMJ de Madrid (20 de Agosto de 2011)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O SACERDOTE “COMPANHEIRO DE VIAGEM
E SERVIDOR DOS HOMENS”
“...aproximou-se deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho…” (Lc 24, 15)

«Eis-me aqui para fazer a Tua vontade» (cf. Sal 39, 8-9). [Jesus] Procurava agradar [ao Pai] em tudo: ao falar e ao agir, percorrendo os caminhos ou acolhendo os pecadores. A Sua vida foi um serviço, e a sua dedicação abnegada uma intercessão perene, colocando-Se em nome de todos diante do Pai com Primogénito de muitos irmãos. ... A Eucaristia, ..., é a expressão real dessa entrega incondicional de Jesus por todos, incluindo aqueles que O entregavam: … . O corpo rasgado e o sangue derramado de Cristo, … , converteram-se, através dos sinais eucarísticos, na nova fonte da liberdade redimida dos homens. N’Ele temos a promessa duma redenção definitiva e a esperança segura dos bens futuros. Por Cristo, sabemos que não estamos caminhando para o abismo, para o silêncio do nada ou da morte, mas seguindo para a terra prometida, para Ele que é nossa meta e também nosso princípio. Queridos amigos, preparais-vos para ser apóstolos com Cristo e como Cristo, para ser companheiros de viagem e servidores dos homens.”
Homilia do Papa Bento XVI aos Seminaristas na XXVI JMJ de Madrid (20 de Agosto de 2011)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O SACERDOTE “IMAGEM DE CRISTO”
“… deixai-vos transformar, adquirindo uma nova mentalidade, para poderdes discernir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que lhe é agradável, o que é perfeito.” (Rm 12, 2) e poderdes dizer com verdade e com a vida “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.” (Gl 2, 20).

“Cada época tem os seus problemas, mas Deus dá em cada tempo a graça oportuna para os assumir e superar com amor e realismo. Por isso, em toda e qualquer circunstância em que se encontre e por mais dura que esta seja, o sacerdote tem de frutificar em toda a espécie de boas obras, conservando sempre vivas no seu íntimo aquelas palavras do dia da sua Ordenação com que era exortado a configurar a sua vida com o mistério da cruz do Senhor. Configurar-se com Cristo comporta, ..., identificar-se sempre mais com Aquele que por nós Se fez servo, sacerdote e vítima. Na realidade, configurar-se com Ele é a tarefa em que o sacerdote há-de gastar toda a sua vida. Já sabemos que nos ultrapassa e não a conseguiremos cumprir plenamente, mas, como diz São Paulo, corremos para a meta esperando alcança-la (cf. Flp 3, 12-14).”
Homilia do Papa Bento XVI aos Seminaristas na XXVI JMJ de Madrid(20 de Agosto de 2011)

domingo, 6 de novembro de 2011

ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES SACERDOTAIS
Senhor Jesus, Bom Pastor,
que em obediência ao Pai
dais a vida pelas ovelhas,
concedei-nos as vocações sacerdotais
de que a Igreja e o mundo tanto necessitam.
Fazei que as nossas famílias e comunidades
sejam campo fértil, onde possam germinar.
Abençoai o trabalho apostólico
dos sacerdotes, catequistas e educadores
para que acompanhem a vocação sacerdotal
daqueles que escolheis
Dai aos jovens seminaristas a coragem de Vos seguir
e o dom de configurarem o seu coração com o Vosso.
E que Santa Maria, Vossa Mãe, Rainha dos Apóstolos,
os guie e proteja, até chegarem a ser
pastores consagrados a Deus e ao seu Povo.
ÁMEN.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vida de oração como a de Jesus,
onde bebem todos os que têm sede de Deus.

1ª Parte



2ª Parte



3ª Parte



Mosteiro de Cristo Orante - Argentina

terça-feira, 1 de novembro de 2011

PALAVRA DE VIDA
Novembro de 2011
Chiara Lubich
«Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora» (Mt 25, 13)
Jesus tinha acabado de sair do templo. Os discípulos, cheios de orgulho, fizeram-Lhe notar a imponência e a beleza do edifício. Mas Jesus disse-lhes: «Vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra: tudo será destruído» (Mt 24, 2). Depois subiu ao Monte das Oliveiras, sentou-se e, olhando para Jerusalém que estava diante de Si, começou a falar da destruição da cidade, e do fim do mundo.
Os discípulos perguntaram-Lhe quando e como aconteceria o fim do mundo. Essa questão foi posta também pelas gerações cristãs que se seguiram, e é uma questão levantada por todo o ser humano. Realmente, o futuro é misterioso e, muitas vezes, assusta. Ainda hoje há quem interrogue os magos e consulte o horóscopo para saber como será o futuro, e o que pode vir a acontecer...
A resposta de Jesus é muito clara: o fim dos tempos coincide com a Sua vinda. Ele, Senhor da História, há-de voltar. É Ele o ponto luminoso do nosso futuro.
E quando será esse encontro? Ninguém sabe, pode ser a qualquer momento. De facto, a nossa vida está nas Suas mãos. Ele deu-no-Ia. E Ele pode retomá-la também, de um momento para o outro, sem aviso prévio. No entanto, previne-nos que a melhor forma de nos prepararmos para esse acontecimento é estarmos vigilantes.
«Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora» (Mt 25, 13)
Com estas palavras, Jesus recorda-nos, antes de mais, que Ele há-de vir. A nossa vida na Terra irá terminar e terá início uma vida nova, que nunca mais terá fim. Hoje em dia, ninguém gosta de falar da morte. Às vezes as pessoas fazem de tudo para se distraírem, mergulhando completamente nas ocupações quotidianas. Acabam por se esquecer até d’Aquele que nos deu a vida e que nos vai voltar a pedi-Ia para nos conceder a plenitude da vida, na comunhão com o Seu Pai, no Paraíso.
Estaremos nós prontos para ir ao Seu encontro? Teremos a lâmpada acesa, como as virgens prudentes que estão à espera do Esposo? Ou seja, estaremos no amor? Ou estará apagada a nossa lâmpada porque, ocupados pelas muitas coisas a fazer, pelas alegrias efémeras, pela posse dos bens materiais, acabámos por nos esquecer da única coisa necessária, que é amar?
«Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora» (Mt 25, 13)
Mas como vigiar? Antes de mais – sabemos bem –, vigia bem, precisamente, quem ama. É o que faz a esposa que aguarda o marido que se atrasou no trabalho, ou que está de regresso de uma longa viagem. Como faz a mãe que se inquieta com a demora do filho a chegar a casa. Ou o namorado que está ansioso por encontrar a namorada... Quem ama sabe esperar até mesmo quando o outro se demora.
Esperamos Jesus se O amarmos e se desejarmos ardentemente estar com Ele. E esperamo-Lo amando concretamente, servindo-O, por exemplo, em quem esta próximo de nós, ou esforçando-nos por edificar uma sociedade mais justa. É o próprio Jesus que nos convida a viver assim, ao contar a parábola do servo fiel. Este, enquanto espera o regresso do seu patrão, toma conta dos outros empregados e dos negócios da casa. Ou a parábola dos servos que, também à espera do regresso do dono da casa, se esforçam por fazer render os talentos recebidos.
«Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora» (Mt 25, 13)
Exactamente porque não sabemos o dia nem a hora da Sua vinda, podemos concentrar-nos mais facilmente no hoje que nos é dado, na tarefa de cada dia, no momento presente que a Providência nos oferece para viver.
Há tempos, veio-me o desejo espontâneo de dirigir a Deus esta oração.
Gostaria de a recordar agora.
«Jesus,
faz-me falar sempre
como se fosse a última palavra que possa dizer.
Faz-me agir sempre
como se fosse
a ultima acção que possa fazer.
Faz-me sofrer sempre
como se fosse o último sofrimento
que tenho para te oferecer.
Faz-me rezar sempre
como se fosse
a minha última possibilidade,
aqui na Terra,
de poder falar contigo».*
* Em PARAR O TEMPO, de Chiara Lubich, Editora Cidade Nova, Lisboa 2001, p. 30.

Palavra de Vida, Novembro de 2002, publicada em Città Nuova, 2002/20, p. 7