sábado, 14 de maio de 2011

Ser padre é ser feliz.
Afirmo-o sem ilusões poéticas e plenamente consciente, ser padre é ser feliz... é que "eu sei a fonte que mana e corre embora seja noite..." (cf. São João da Cruz), "sei em quem pus a minha confiança" (2Tm 1, 12) até porque "se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 9, 31).
De verdade e do fundo do coração, ser feliz... é o que posso e tenho que partilhar...


terça-feira, 10 de maio de 2011

Senhor Jesus Cristo,
Bom Pastor da vossa Igreja,
Vós que tanto nos amastes
que destes a vida por todos nós,
e, depois de ressuscitado de entre os mortos,
prometestes estar connosco
até ao fim dos tempos,
nós vos suplicamos:
fazei com que haja mais cristãos
que se deixem cativar pelo Vosso amor
e se ofereçam para o irradiar pelo mundo
como sacerdotes, religiosos ou religiosas.
Ajudai-nos, Senhor, a tudo fazermos
para que esta graça nos seja concedida
na comunidade cristã a que pertencemos.
Teremos então mais razões para Vos bendizer,
em união com Santa Maria, Vossa Mãe bendita:
Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos.
Ámen.
O que é um Sacerdote?
É um homem…
Quando S. Paulo, na carta aos Hebreus, fala do padre, a primeira coisa que diz é que o padre é escolhido entre os homens. De tal forma que mesmo o eterno sumo sacerdote Jesus Cristo, nascido de mulher, sujeito à lei, peregrino através dos vales desta realidade perecível, quer ser o filho do homem, um homem, semelhante a nós em tudo.
O padre é um homem. Não é feito de uma madeira diversa da qual todos somos feitos: é vosso irmão. Ele continua a dividir a sorte de homem mesmo depois que a direita de Deus, através da mão do Bispo, é colocada sobre ele: a sorte dos débeis, a sorte daqueles que ficam cansados, desencorajados, inadequados, pecadores.
Os homens, porém, se um se apresenta em nome de Deus, por ser apenas um homem: querem mensageiros esplendorosos, arautos mais convincentes, corações mais ardentes. Acolhem voluntariamente os vitoriosos, aqueles homens que têm sempre uma resposta para tudo e remédio para tudo. Ilusão terrível! Aqueles que vão são débeis, em temor e tremor, homens que devem continuamente rezar: Senhor, eu creio, ajuda a minha incredulidade! Que devem também eles continuar a bater no peito: Senhor, tem piedade de mim, pobre pecador! Esses proclamam a fé que vence o mundo: a graça, que transforma os pecadores e os perdidos em santos e redimidos.
São homens aqueles que vão. Vão e dizem, com a sua pobre humanidade: vede, Deus tem misericórdia dos homens como nós; vede que pelos pobres, pelos desesperados e pelos moribundos surgiu a estrela da graça. Dizem, como mensageiros humanos do Deus eterno: nós sabemos que trazemos o tesouro de Deus em vasos de barro; sabemos que a nossa sombra ofusca continuamente a divina luz que devemos levar-vos. Sede misericordiosos para connosco, não julgais, tende piedade da fraqueza sobre a qual Deus pousou o fardo pesado da sua graça. Considerai como uma promessa para vós mesmos o facto de nós sermos homens.
Vós, um dia, tendes medo de vós mesmos, quando experimentais em vós também o que é o homem, que coisa é o homem. Felizes sois vós, agora, que não vos escandalizais do homem que é o padre. Ele é um homem, para que acrediteis que a graça de Deus pode ser concedida a um homem, a um pobre homem, como ele é.
K. RAHNER, Sul Sacerdozio, meditazione teologiche. Queriniana: Brescia, 9-11.

terça-feira, 3 de maio de 2011

PALAVRA DE VIDA
Maio de 2011
Chiara Lubich
«Amarás ao Senhor, teu Deus,
com todo o teu coração, com toda a tua alma
e com toda a tua mente»
(Mt 22, 37).
No tempo de Jesus, havia um tema clássico que as escolas rabínicas debatiam muito: qual seria o primeiro de todos os mandamentos das Escrituras? Jesus, que era considerado um mestre, não se esquivou à pergunta de um fariseu, legista: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». Ele respondeu de uma forma original, unindo o amor a Deus com o amor ao próximo.
Os seus discípulos nunca poderão separar estes dois amores, assim como, numa árvore, não se podem separar as raízes da sua copa. Quanto mais eles amarem a Deus, mais intensificam o amor aos irmãos e às irmãs. Quanto mais amarem os irmãos e as irmãs, mais aprofundam o amor a Deus.
Jesus, melhor do que ninguém, sabe quem é realmente o Deus que devemos amar e de que modo deve ser amado: é o seu Pai e nosso Pai, o seu Deus e nosso Deus (cf. Jo 20, 17). É um Deus que ama cada um pessoalmente: a mim, a ti. É o meu Deus, o teu Deus («Amarás ao Senhor, teu Deus»).
E nós podemos amá-Lo porque foi Ele que nos amou primeiro: o amor que nos é ordenado é, portanto, uma resposta ao Amor. Podemos dirigir-nos a Ele com a mesma familiaridade e confiança que Jesus tinha quando Lhe chamava Abbá, Pai. Também nós, do mesmo modo que Jesus, podemos falar muitas vezes com Ele, expondo-Lhe todas as nossas necessidades, propósitos, projectos, declarando-Lhe o nosso amor exclusivo. Também nós queremos esperar ansiosamente que chegue o momento de nos pormos em contacto profundo com Ele, através da oração, que é diálogo, comunhão, intensa relação de amizade. Nesses momentos, podemos dar largas ao nosso amor: adorá-Lo para além da Criação, glorificá-Lo presente em todos os pontos do Universo, louvá-Lo no fundo do nosso coração ou vivo nos tabernáculos. Podemos pensar que Ele está ali onde nós estivermos: no nosso quarto, no trabalho, no escritório, no encontro com os outros...
«Amarás ao Senhor, teu Deus,
com todo o teu coração, com toda a tua alma
e com toda a tua mente»
(Mt 22, 37)
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Jesus ensina-nos também um outro modo de amar o Senhor Deus. Para Jesus, amar significou cumprir a vontade do Pai, pondo à Sua disposição o pensamento, o coração, as energias, a própria vida: entregou-Se totalmente ao projecto que o Pai tinha estabelecido para Ele. O Evangelho mostra-nos Jesus sempre e totalmente dirigido para o Pai (cf. Jo 1, 18), sempre no Pai, sempre concentrado em dizer apenas aquilo que tinha ouvido do Pai, a realizar apenas o que o Pai Lhe tinha dito para fazer. E pede-nos o mesmo também a nós: amar significa fazer a vontade do Amado, sem meias medidas, com todo o nosso ser: «com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente». Porque o amor não é apenas um sentimento.
«Por que me chamais: “Senhor, Senhor”, e não fazeis o que Eu digo?» (Lc 6, 46), pergunta Jesus àqueles que amam só com palavras.
«Amarás ao Senhor, teu Deus,
com todo o teu coração, com toda a tua alma
e com toda a tua mente»
(Mt 22, 37)
.
Como viver então este mandamento de Jesus? Mantendo, sem dúvida, com Deus, uma relação filial e de amizade, mas, sobretudo, fazendo aquilo que Ele quer. A nossa atitude para com Deus, tal como fez Jesus, é estar sempre projectados no Pai, em constante escuta d’Ele, e em obediência, para realizar unicamente a Sua obra, e nada mais.
Neste mandamento, é-nos pedida a máxima radicalidade, porque a Deus não se pode dar menos do que tudo: todo o coração, toda a alma, toda a mente. E isto significa fazer bem, completamente, aquela acção que Ele nos pede.
Para viver a Sua vontade e identificar-se com ela, será necessário, muitas vezes, “queimar” a nossa vontade, sacrificando tudo aquilo que temos no coração ou no pensamento, que não esteja relacionado com o momento presente. Pode ser uma ideia, um sentimento, um pensamento, um desejo, uma lembrança, uma coisa, uma pessoa... E eis-nos, assim, totalmente projectados naquilo que nos é pedido no momento presente.
Falar, telefonar, ouvir, ajudar, estudar, rezar, comer, dormir, viver a Sua vontade sem divagar. Realizar acções completas, honestas, perfeitas, com todo o coração, toda a alma, toda a mente. Ter como único motor, em todas as nossas acções, o amor, de modo a poder dizer, em cada momento do dia: «Sim, meu Deus, neste momento, nesta acção, amei-Te com todo o coração, com todo o meu ser». Só assim poderemos dizer que amamos a Deus, que retribuímos o Seu ser Amor para connosco.
«Amarás ao Senhor, teu Deus,
com todo o teu coração, com toda a tua alma
e com toda a tua mente»
(Mt 22, 37).
Para viver esta Palavra de Vida será útil, de tempos a tempos, analisarmo-nos a nós mesmos, para ver se Deus está realmente em primeiro lugar na nossa alma.
E então, para concluir, o que devemos fazer neste mês? Escolher novamente Deus como único ideal, como o tudo da nossa vida, voltando a colocá-Lo no primeiro lugar, vivendo com perfeição a Sua vontade no momento presente. Devemos poder dizer-Lhe com sinceridade: «Meu Deus e meu tudo», «Amo-Te», «Sou todo teu», «És Deus, és o meu Deus, o nosso Deus de amor infinito!».
Palavra de Vida, Outubro de 2002, publicada em Città Nuova, 2002/18, p. 7.

domingo, 1 de maio de 2011

Beato João Paulo II, rogai por nós.
Feliz és tu, amado Papa João Paulo II, porque acreditaste! Continua do Céu – nós te pedimos – a sustentar a fé do Povo de Deus. Amen.
Bento XVI
da Homilia na beatificação de João Paulo II