quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Permanecendo simples e amorosamente na Sua presença
para que possa reflectir em nós a Sua própria imagem
como se reflecte o sol no límpido cristal”.

Beata Isabel da Santíssima Trindade

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Todos nós sabemos que, junto da Gruta de Massabielle, a Virgem manifestou a ternura de Deus para com as pessoas que sofrem. Esta ternura, este amor cheio de desvelos, faz-se sentir de modo muito vivo no mundo, precisamente no dia da festividade de Nossa Senhora de Lurdes, voltando a actualizar na liturgia, e especialmente na Eucaristia, o mistério de Cristo Redentor do homem, cuja primícia é a Virgem Imaculada. Apresentando-se a Bernadete como Imaculada Conceição, Maria Santíssima veio recordar ao mundo moderno, que corria o risco de o esquecer, o primado da Graça divina, mais forte que o pecado e a morte. E eis que o lugar da sua aparição, a Gruta de Massabielle em Lurdes, se tornou um ponto de atracção para todo o Povo de Deus, de forma especial para quantos se sentem oprimidos e sofredores no corpo e no espírito. "Vinde a mim todos vós que estais cansados de carregar o peso do vosso fardo e Eu vos darei descanso" (Mt 11, 28), disse Jesus. Em Lurdes, Ele continua a repetir este convite, através da mediação maternal de Maria, a todos aqueles que a Ela recorrem com confiança.
Discurso do Papa Bento XVI, durante a celebração do XIV Dia Mundial do Doente
Sábado, 11 de Fevereiro de 2006

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

REZAR COM OS SALMOS...
Salmo 141 (142)

Sentido Actual
Os Padres da Igreja meditaram este lamento do salmista à luz do mistério pascal de Cristo. «Tudo o que descreve o salmo (141) se realizou no Senhor durante a sua paixão», escreve Santo Hilário, Bispo de Poitiers.
A alusão aos laços que os perseguidores armaram a este homem na senda que ia trilhando, a referência à sepultura a que o salmista chama prisão e à exaltação na terra dos vivos, símbolo da ressurreição e ascensão ao céu, fazem deste poema uma profecia do mistério pascal, muito próprio para iniciar a celebração do dia do Senhor, como salmo pascal e dominical.
Cristo, perseguido e crucificado, ora ao Pai, pondo diante d'Ele a sua aflição e descobrindo-Lhe a sua angústia, e Deus tira-O da prisão do túmulo e dá-Lhe em herança a terra dos vivos. Ele ora em nós e connosco, os justos que O aclamam pelo bem que nos fez, e que se reúnem, à sua volta, cada domingo. Por outro lado, nós cantamos-Lhe este salmo, dando graças ao seu nome e dirigindo-Lhe a nossa súplica, a Ele que é O nosso refúgio e o nosso abrigo.

Salmo 141 (142)
2 Em alta voz clamo ao Senhor, *
em alta voz imploro o Senhor.
3 Ponho diante d’Ele a minha aflição, *
diante d’Ele descubro a minha angústia.
4 Quando me desfalece o ânimo, *
Vós conheceis o meu caminho.
Na senda que vou trilhando *
esconderam um laço.
5 Olhai à direita, e vede: *
não há quem se interesse por mim.
Não encontro refúgio, *
não há quem olhe pela minha vida.
6 Clamei por Vós, Senhor; *
disse: Sois o meu abrigo, a minha herança na terra dos vivos.
7 Atendei o meu clamor: *
estou reduzido à miséria.
Livrai-me dos meus perseguidores: *
eles são mais fortes do que eu.
8 Tirai-me desta prisão *
e darei graças ao vosso nome.
Os justos hão-de rodear-me, *
pelo bem que me fizestes.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *
como era no princípio, agora e sempre. Ámen.

Oração Sálmica
Senhor, nosso refúgio na tribulação, atendei a voz da nossa súplica e completai em nós o que falta à paixão de Cristo, a fim de alcançarmos a herança celeste na terra dos vivos e darmos graças ao vosso nome. Por Nosso Senhor…

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011


“A Cruz é o «sim» de Deus ao homem,
a expressão mais elevada e intensa do seu amor
e a fonte da qual brota a vida eterna.
Do Coração trespassado de Jesus brotou esta vida divina.
Só Ele é capaz de libertar o mundo do mal
e de fazer crescer o seu Reino de justiça, de paz e de amor
ao qual todos aspiramos.”

Mensagem do Papa Bento XVI
para o XIX Dia Mundial do Doente 2011, 3.
“Pelas suas Chagas fomos curados.”
(Is 53, 5 ou 1Pd 2, 24)

Alma de Cristo, santificai-me
Corpo de Cristo, salvai-me
Sangue de Cristo, inebriai-me
água do lado de Cristo, lavai-me
Paixão de Cristo, confortai-me
Ó bom Jesus, ouvi-me
dentro das Vossas chagas, escondei-me
na hora da minha morte, chamai-me e mandai-me ir para Vós,
para que com os Vossos Santos Vos louve
por todos os séculos dos séculos.
Ámen.
Santo Inácio de Loyola

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

...o meu olhar fixo no Seu...
"Porque Ele próprio foi provado pelo sofrimento, pode socorrer aqueles que sofrem provação" (Hb 2, 18).
Que alegria, que consolo, o nosso Deus, o meu Deus entende-me como ninguém, direi mesmo, entende-me melhor que eu mesmo. Sem me dar conta vem em meu auxílio...
Enquanto mantiver o meu olhar fixo no Seu, posso caminhar sobre as águas, a violência do vento e a fúria das águas não me assustam nem me impedem de caminhar, pois "sei em quem coloquei a minha confiança" (cf 2Tm 1, 12).
Até mesmo, quando a violência do vento e a fúria das águas me atraem, desviam o meu olhar do Seu e começo a afundar-me nas águas agitadas, sempre posso gritar com Pedro: "Senhor, salvai-me que pereço" (cf. Mt 8, 25). Ei-lO que me estende a Sua mão e me resgata. Ei-lO que me introduz e guarda no Seu Coração Misericordioso, na segurança da Sua Barca...
Volto a fixar o Seu rosto, a mergulhar o meu no Seu olhar... e eis que o vento dá lugar à bonança, as águas transformam-se num límpido e sereno lago, a tempestade acalma... volta a serenidade e sou inundado da Sua Paz.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

PALAVRA DE VIDA
Fevereiro de 2011
Chiara Lubich
«Todos os que se deixam guiar pelo Espírito,
esses é que são filhos de Deus»
(Rm 8, 14)
Esta Palavra de Vida encontra-se na parte central do hino que São Paulo canta à beleza da vida cristã, à sua novidade e liberdade. Estes são frutos do baptismo e da fé em Jesus, que nos inserem plenamente n’Ele, e, através d’Ele, no dinamismo da vida trinitária. Ao tornamo-nos uma única pessoa com Cristo, compartilhamos o Seu Espírito e todos os seus frutos: e o primeiro de todos é a filiação de Deus.
Ainda que São Paulo fale de «adopção» (cf. Rm 8, 15; Gl 4, 5), fá-lo unicamente para a distinguir da posição de filho natural que compete apenas ao Filho único de Deus.
A nossa relação com o Pai não é puramente jurídica, como seria a relação de filhos adoptivos, mas algo de substancial, que muda a nossa própria natureza, como se por um novo nascimento. Porque toda a nossa vida passa a ser animada por um princípio novo, por um espírito novo que é o próprio Espírito de Deus.
E nunca mais acabaríamos de cantar, em sintonia com S. Paulo, o milagre de morte e ressurreição que a graça do baptismo realiza em nós.
«Todos os que se deixam guiar pelo Espírito,
esses é que são filhos de Deus»
(Rm 8, 14)
Esta Palavra fala-nos de uma coisa que tem muito a ver com a nossa vida de cristãos. De facto, o Espírito de Jesus introduz em nós um dinamismo, uma tensão que S. Paulo sintetiza na contraposição entre carne e espírito. Por carne entende o homem inteiro (corpo e alma) – com toda a sua constitucional fragilidade e o seu egoísmo – continuamente em luta com a lei do amor, ou melhor, com o próprio Amor que foi derramado nos nossos corações (cf. Rm 5, 5).
De facto, aqueles que são conduzidos pelo Espírito, têm de enfrentar todos os dias o «bom combate da fé» (1 Tm 6, 12). Só assim podem repelir todas as inclinações para o mal e viver de acordo com a fé professada no baptismo.
Mas como? Sabemos que – para que o Espírito Santo possa agir – é necessária a nossa correspondência. S. Paulo, ao escrever esta Palavra, pensava sobretudo naquele aspecto dos discípulos de Cristo, que consiste precisamente na renúncia a si mesmo, na luta contra o egoísmo, com as numerosas formas com que se apresenta.
Mas é este morrer para nós mesmos que produz vida. De forma que, cada corte, cada poda, cada “não” ao nosso eu egoísta, é fonte de luz nova, de paz, de alegria, de amor, de liberdade interior: é uma porta aberta ao Espírito.
Dando mais espaço ao Espírito Santo que está nos nossos corações, Ele poderá derramar, com maior abundância, os seus dons, e poderá conduzir-nos no caminho da vida.
«Todos os que se deixam guiar pelo Espírito,
esses é que são filhos de Deus»
(Rm 8, 14)
Como viver, então, esta Palavra de Vida?
Antes de tudo, devemos tornar-nos cada vez mais conscientes da presença do Espírito Santo em nós. Trazemos no nosso íntimo um tesouro imenso, mas nem nos apercebemos bem dessa realidade. Possuímos uma riqueza extraordinária, mas quase nunca fazemos uso dela.
Em segundo lugar, para que a Sua voz seja por nós ouvida e seguida, devemos dizer não a tudo aquilo que é contra a vontade de Deus e dizer sim a tudo o que Deus quer. Dizer não às tentações, afastando prontamente as respectivas sugestões. Dizer sim às tarefas que Deus nos confiou; sim ao amor para com todos os nossos próximos; sim às provações e às dificuldades que encontramos…
Se assim fizermos, será o Espírito Santo a conduzir-nos, dando à nossa vida cristã aquele sabor, aquele vigor, aquele entusiasmo, aquela luminosidade, que não pode deixar de ter se for autêntica.
Então, também quem estiver próximo de nós há-de verificar que não somos apenas filhos da nossa família humana, mas filhos de Deus.
Palavra de Vida, Junho de 2000, publicada em Città Nuova, 2000/10. p. 7.