segunda-feira, 22 de novembro de 2010

"É assim que a vou seduzir:
ao deserto a conduzirei,
para lhe falar ao coração."

(Os 2, 16)
Apliquemo-nos frequentemente à oração, com desejo ardente e verdadeira compunção. Estando ainda na terra, vivamos com o nosso espírito no céu e desejemos apaixonadamente as coisas do Céu e a vida eterna: “Aspirai com ardor aos dons espirituais mais elevados” (1Cor 12, 31).
Devemos ter sempre presente diante dos olhos e em nossos corações a Virgem Imaculada, Rainha e Senhora, que guardava em seu coração todas as coisas (cf. Lc 2, 51), tenhamo-la como vida doçura e esperança dos que peregrinam na terra e modelo a imitar: “inspirar-nos para tudo na Virgem e tudo fazer em união com ela" (venerável madre Maria dos Anjos Sorazu oic).

sábado, 20 de novembro de 2010

"«Santificai o Senhor no vosso coração» (1Ped 3, 15). Mas para isto é necessário pôr em prática esta outra palavra de São João Baptista: «É preciso que Ele cresça e que eu diminua» (Jo 3, 30). ... façamo-lo crescer em nossas almas, guardêmo-lo só e separado; que seja, de verdade, Rei. E nós, desapareçamos, esqueçâmo-nos, sejamos exclusivamente o «louvor da sua glória» (Ef 1, 12)".
Beata Isabel da Santíssima Trindade
(C 220 - carta à senhora Angles de 5 de Janeiro de 1905)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

SIM, POSSO SER SANTO...
Se me dizem para ser um atleta "topo de gama",
só posso responder: não posso.
Simplesmente, não posso,
pois a minha compleição física não me o permite.
Se me dizem para ser um cientista ou investigador
que coloca a inteligência e saber
na procura de soluções para os problema e dores da Humanidade,
só posso responder: não posso.
Simplesmente, não posso,
pois a minha capacidade intelectual não me o permite.
Se me dizem para ser um artista, um escritor, um intelectual...
só posso responder: não posso.
Simplesmente, não posso,
pois a minha capacidade não me o permite.
Se me dizem para ser SANTO...
Sim, sim, sim, posso.
Posso, pois Deus criou-me à Sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26)
e Ele é o Deus Santo (cf. 1Pe 1, 16; Lv 11, 44)...
Sim posso... sim, quero... pois Ele plantou em mim
uma capacidade infinita de amar...
Sim, posso... sim, quero...
é que "ser santo" não é nada de extraordinário...
O extraordinário da santidade está em viver
com entusiasmo, generosidade, confiança,
perseverança, descrição e alegria
o ordinário do dia-a-dia.
Sim posso... Sim, quero... pois posso amar.
Posso amar ao jeito de Jesus,
como Jesus me amou e me ensinou a amar.
Sim, posso... sim, quero... sim, preciso ser Santo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A BELEZA DO HUMANO

Estreou ontem, nas salas de cinema, um filme extraordinário de Xavier Beauvois, sobre os monges cistercenses de Thibirine que, em 1996, foram mortos por fundamentalistas argelinos.O filme começa por mostrar a vida do mosteiro, perdido naquela longínqua aldeia do Atlas, e a profunda ligação que aqueles monges tinham com a população, que se manifestava em fortes laços de amizade.
Os monges levavam uma vida simples, com estudo, trabalho manual para garantir a sua sobrevivência, e muita oração. Quando estala a violência, contra cristãos estrangeiros, surge a questão: partir ou ficar.
O mais fascinante deste filme é ver como os monges franceses eram homens normais, frágeis como nós: claro que tinham medo e, numa primeira fase, queriam sair dali. Mas o superior da comunidade pediu-lhes tempo para reflectir e o resultado é um fascinante percurso de crescimento interior e humano que cada um desses homens cumpre, reforçado com a oração e o canto litúrgico. Humanamente, têm medo, mas tomam uma opção de amor e cada um decide ficar, sabendo que vai morrer.
O que fascina é que, apesar da debilidade que tinham, tomaram a sua vida a sério e arriscaram amar até ao fim.
O filme não exalta o martírio nem cai na mística publicitária da morte bela. Nada disso. O que brota deste magnífico filme é a beleza do humano, sempre que a vida é vivida como dom.

(Fonte: site Rádio Renascença)

Jesus Cristo, Bom Pastor
que dás a vida pelas Tuas ovelhas.
Tu és o Filho muito amado do Pai,
Tu és o nosso Mestre e Salvador.
Faz dos nossos seminários
Comunidades de discípulos,
Sementeiras de Amor, de serviço
e de entrega radical pelo Teu Reino;
sinais de esperança de um futuro de vida verdadeira,
em abundância para todos.
Fortalece e ilumina no discernimento vocacional
os nossos seminaristas;
confirma nos dons do Espírito Santo
os seus formadores;
enche de generosidade e espírito de serviço
os auxiliares que com eles trabalham.
Recompensa e abençoa os benfeitores,
que com a oração e partilha de bens,
zelam pela missão;
ampara o nosso Bispo e os nossos párocos,
para que sejam sempre fiéis ao dom do seu sacerdócio;
desperta a generosidade e a coragem dos nossos jovens
para Te seguirem
e concede às nossas famílias
o dom de Te proporem
como caminho, verdade e vida...
Nós Te pedimos
por intercessão de Nossa Senhora, Tua e nossa Mãe.
Ámen.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dos Homens e dos Deuses
Chega aos cinemas portugueses, neste dia 11 de Novembro,
o filme reconhecido com o Grande Prémio do Festival de Cannes
Em 1996, sete monges da Ordem Cisterciense da Estrita Observância são raptados e assassinados em Tibhirine, aldeia aninhada na região argelina do Magrebe. É o culminar da escalada de violência que opõe o Grupo Islâmico Armado (GIA), extremista, ao governo que acusa de corrupto.
O impacto deste horrível desaparecimento, cujos contornos exactos estão ainda por esclarecer, estende-se até aos nossos dias, levado agora ao cinema sob direcção do realizador francês Xavier Beauvois.
A obra, reconhecida com o Grande Prémio do Festival de Cannes e merecedora da forte e comovida chuva de aplausos que encheram o Palais des Festivals na noite do passado 23 de Maio, é uma extraordinária ode à fé, ao amor ao próximo e ao espírito de serviço que cumpre, em estilo e estrutura narrativa, o despojamento do seu sujeito.
Com efeito, é-nos dado comungar a forma abnegada como uma comunidade de homens lida com uma realidade adversa para a qual não contribui senão com a sua vocação de amor e dádiva. Uma vocação reafirmada ao arrepio das pressões externas para abandonarem a aldeia que servem à sua sorte.
Sem ceder a tentações sensacionalistas, Beauvois desvenda aos nossos olhos o dia-a-dia daquele pequeno mosteiro de Tibhirine, dos seus sete habitantes e da pacata população da aldeia local, induzindo progressivamente o adensar do contexto violento que involuntariamente envolve uns e outros.
Simples e acessível, a linguagem fílmica pretere o horror dos acontecimentos, trágicos, e da crescente violência, ao espírito com que aquela irmandade os enfrenta. Um espírito sustentado na sua extraordinária força e revitalizado na dúvida e fraqueza pela oração, pelo permanente desejo de união e comunhão, pelo tempo e oportunidade concedidos ao discernimento.
Mais que um nefasto episódio da história política ou religiosa, estamos perante uma obra que nos propõe um caminho, pela busca do verdadeiro sentido da vida: o que os sete monges sacrificados, na sua fé cristã, encontraram, e que Xavier Beauvois tão bem percorre, alumiando-o para crentes e não crentes.
Margarida Ataíde
(Fonte: Agência Ecclesia)


O Sacerdote “HOMEM DE ORAÇÃO”
Carta do Papa Bento XVI aos Seminaristas (18 de Outubro de 2010), 1
“Quando o Senhor fala de «orar sempre», naturalmente não pede para estarmos continuamente a rezar por palavras, mas para conservarmos sempre o contacto interior com Deus. Exercitar-se neste contacto é o sentido da nossa oração. Por isso, é importante que o dia comece e acabe com a oração; que escutemos Deus na leitura da Sagrada Escritura; que Lhe digamos os nossos desejos e as nossas esperanças, as nossas alegrias e sofrimentos, os nossos erros e o nosso agradecimento por cada coisa bela e boa, e que deste modo sempre O tenhamos diante dos nossos olhos como ponto de referência da nossa vida. Assim tornamo-nos sensíveis aos nossos erros e aprendemos a trabalhar para nos melhorarmos; mas tornamo-nos sensíveis também a tudo o que de belo e bom recebemos habitualmente cada dia, e assim cresce a gratidão. E, com a gratidão, cresce a alegria pelo facto de que Deus está perto de nós e podemos servi-Lo.”

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Sacerdote “HOMEM DE DEUS”
Carta do Papa Bento XVI aos Seminaristas (18 de Outubro de 2010), 1
“Quem quer tornar-se sacerdote, deve ser sobretudo um «homem de Deus» … Deus mostrou-Se em Jesus Cristo. No rosto de Jesus Cristo, vemos o rosto de Deus. Nas suas palavras, ouvimos o próprio Deus a falar connosco. Por isso, o elemento mais importante no caminho para o sacerdócio e ao longo de toda a vida sacerdotal é a relação pessoal com Deus em Jesus Cristo. O sacerdote não é o administrador de uma associação qualquer, cujo número de membros se procura manter e aumentar. É o mensageiro de Deus no meio dos homens; quer conduzir a Deus, e assim fazer crescer também a verdadeira comunhão dos homens entre si.”

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

PALAVRA DE VIDA
NOVEMBRO de 2010
Chiara Lubich
«É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha,
do que um rico entrar no Reino do Céu»
(Mt 19, 24).

(…)
Faz-nos impressão ouvir esta frase? Penso que temos razão em ficar admirados e talvez em pensar naquilo que deveríamos fazer. Jesus nunca disse nada só por dizer. Por isso, é preciso levarmos estas palavras a sério, sem pretender diluí-las.
Mas procuremos compreender o seu verdadeiro sentido a partir do próprio Jesus, pelo modo como Ele se comportava com os ricos. Ele visitava também pessoas abastadas. A Zaqueu, que deu só metade dos seus bens, Jesus disse: a salvação entrou nesta casa.
Além disso, os Actos dos Apóstolos testemunham que, na Igreja primitiva, a comunhão dos bens era livre e, portanto, não se exigia a renúncia concreta a tudo o que se possuía.
Jesus não tinha, pois, a intenção de fundar apenas uma comunidade de pessoas chamadas a segui-Lo (…), que deixassem de lado todas as riquezas. No entanto, diz:
«É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha,
do que um rico entrar no Reino do Céu»
(Mt 19, 24).

Então o que é que Jesus condena? Não condena, com certeza, os bens da Terra em si, mas sim o rico que está apegado aos bens.
E porquê?
É claro: porque tudo pertence a Deus! E o rico, pelo contrário, comporta-se como se as riquezas fossem suas.
A verdade é que as riquezas ocupam, facilmente, o lugar de Deus no coração humano. Elas cegam e predispõem a pessoa para todos os vícios. Paulo, o Apóstolo, escreveu: «Os que querem enriquecer caem na tentação, na armadilha e em múltiplos desejos insensatos e nocivos que precipitam os homens na ruína e na perdição. Porque a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro. Arrastados por ele, muitos se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições» (1 Tm 6, 9-10).
Já Platão tinha afirmado: «É impossível que um homem extraordinariamente bom seja ao mesmo tempo extraordinariamente rico».
Qual deve ser, então, a atitude de quem possuir bens? É preciso que tenha o coração livre, totalmente aberto a Deus, que se sinta unicamente administrador dos seus bens e saiba, como disse João Paulo II, que sobre eles paira uma hipoteca social.
Os bens desta Terra, não sendo um mal em si, não devem ser desprezados. Mas é preciso usá-los bem. Não são as mãos, mas sim o coração é que deve estar longe deles. Trata-se de os saber utilizar para o bem dos outros. Quem for rico, seja-o para os outros.
«É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha,
do que um rico entrar no Reino do Céu»
(Mt 19, 24).
Mas cada um pode dizer: eu, realmente, não sou nada rico e, por isso, estas palavras não me dizem respeito.
Prestem atenção. A pergunta que os discípulos, estupefactos, fizeram a Cristo, logo a seguir a esta Sua afirmação, foi: «Então, quem pode salvar-se?» (Mt 19, 25). Ela mostra claramente que estas palavras se dirigiam um pouco a todos.
Mesmo os que deixaram tudo para seguir Cristo podem ter o coração apegado a mil e uma coisas. Até um pobre, que blasfema porque lhe tocaram na sacola, pode ser um rico diante de Deus.
(…)
Palavra de Vida, Julho de 1979, publicada integralmente em Essere la Tua Parola. Chiara Lubich e cristiani di tutto il mondo, vol. II, Città Nuova, Roma 1982, pp. 41-43.