sábado, 24 de abril de 2010

O sacerdote é PONTE
A propósito do Domingo do Bom Pastor e pensando no dom do Sacerdócio Ministerial, para a Igreja e para o mundo, procurava uma imagem que, de alguma forma, mesmo se incompleta e limitada, pudesse ajudar as "minhas" comunidades cristãs a entender a beleza indescritível do sacerdócio, que brota directamente do coração de Deus.
Ocorreu-me PONTE.
Porque possibilita o encontro entre Deus e o Seu Povo: o sacerdote é Ponte.
Porque pela Palavra e pelos Sacramentos encaminha o Povo para Deus: o sacerdote é Ponte.
Porque procura gastar completamente, sem guardar nada para si, a sua vida, para que os demais participem da vida de Deus e Deus das suas vidas: o sacerdote é Ponte.
Porque é escolhido de entre o Povo, completamente mergulhado, tocado, empapado do Divino e devolvido ao povo, a fim de o tocar, mergulhar, empapar do Divino... com a missão de potenciar o encontro entre O Divino e o humano, com vista a divinizá-lo: o sacerdote é Ponte.
E, como as pontes comuns está, discretamente e gozosamente ao serviço, debaixo do pés de todos, completamente esquecido de todos.
Porque, como as pontes comuns, a vida dos sacerdotes só tem sentido se permitir, possibilitar, potenciar o encontro de Deus com o Seu Povo.
E, como as pontes comuns, só nos lembramos dele, quando não estão no seu posto, quando faltam... quando são escassos... o que é muito bom e mesmo fundamental, pois a sua função é diminuir, apagar-se, desaparecer para que Ele cresça (cf Jo 3, 30).
"Senhor, que de verdade eu seja sacerdote Ponte, que possibilita o encontro entre Vós e o Vosso Povo. Que esteja ao serviço deste Divino encontro, mas fique completamente esquecido e oculto... pois o que importa é que o Vosso Povo, cada vez mais, Vos conheça e Vos ame. O que importa é que Vós cresçais cada vez mais na vida da Humanidade. Senhor, que eu diminua, desapareça, seja esquecido e me oculte cada vez mais no Vosso Coração".

quinta-feira, 22 de abril de 2010

"Os presbíteros foram eleitos por Deus para darem a conhecer aos homens o que Deus revelou de Si mesmo e não para transmitirem as suas próprias ideias.
Presbíteros, sede fiéis à vossa missão.
Cristãos rezai muito pelos presbíteros para que sejam sempre testemunhas de Cristo Ressuscitado. E se alguma vez tiverem que sofrer por causa do seu testemunho, se mantenham firmes na fé e não lhes falte alegria que brilhava no rosto dos Apóstolos."
(da Homilia de D. José Francisco Sanches Alves, Arcebispo de Évora, pronunciada por ocasião da Ordenação de dois presbíteros, na Sé Catedral Metropolitana de Évora, a 18 de Abril de 2010)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

“… a Bento XVI coube a missão
de testemunhar e de fundamentar
a beleza da Fé,
vivida e compreendida
na sua inteireza e profundidade.”
Saad Zogheib Sobrinho
in "Cidade Nova", ano XX, Abril de 2010, pg.9

PARABÉNS SANTO PADRE

segunda-feira, 12 de abril de 2010

“… tenha sempre a alma o desejo contínuo de imitar a Cristo em todas as coisas, conformando-se à sua vida que deve meditar para saber imitá-la e agir em todas as circunstâncias como ele próprio agiria”.
São João da Cruz

sexta-feira, 2 de abril de 2010

PALAVRA DE VIDA
Abril de 2010
Chiara Lubich
«Eu sou a Ressurreição e a Vida» (Jo 11, 25).
Jesus pronunciou estas palavras por ocasião da morte de Lázaro, em Betânia. Quatro dias depois de Lázaro ter morrido, Jesus ressuscitou-o.
Lázaro tinha duas irmãs: Marta e Maria.
Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar, a Marta saiu ao seu encontro e disse-lhe: “Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido”. Jesus respondeu-lhe: “O teu irmão ressuscitará”. A Marta retorquiu: “Eu sei que ele há-de ressuscitar na Ressurreição, no último dia”. E Jesus declarou: “Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em Mim, mesmo que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em Mim não morrerá para sempre”.
«Eu sou a Ressurreição e a Vida» (Jo 11, 25).
Jesus quer fazer compreender quem é Ele para o homem. Jesus possui o bem mais precioso que se pode desejar: a Vida. Aquela Vida que não morre.
Se lermos o Evangelho de São João, descobrimos que Jesus também disse: “Assim como o Pai tem a Vida em Si mesmo, também deu ao Filho o poder de ter a Vida em Si mesmo” (Jo 5, 26). E, uma vez que Jesus tem a Vida, pode comunicá-la.
«Eu sou a Ressurreição e a Vida» (Jo 11, 25).
Também a Marta acreditava na ressurreição final: “Eu sei que há-de ressuscitar na Ressurreição, no último dia”.
Mas Jesus, com a sua afirmação maravilhosa: “Eu sou a Ressurreição e a Vida”, faz-lhe compreender que não deve ficar à espera do futuro para ter esperança na ressurreição dos mortos. Desde já, no tempo presente, Ele é, para todos os que acreditam, aquela Vida divina, inefável, eterna, que nunca morrerá.
Se Jesus está neles, se está em nós, não morreremos. Naqueles que acreditam, esta Vida é da mesma natureza de Jesus ressuscitado, e, portanto, bem diferente da condição humana em que se encontram. E esta Vida extraordinária, que já existe também em nós, há-de manifestar-se plenamente no último dia, quando participarmos, com todo o nosso ser, na ressurreição futura.
«Eu sou a Ressurreição e a Vida» (Jo 11, 25).
Claro que, com estas palavras, Jesus não nega que existe a morte física. Mas esta não implica a perda da Vida verdadeira. A morte será para nós, como para todos, uma experiência única, fortíssima e talvez temida. Mas já não vai significar a ausência de uma existência, já não será o absurdo, o fracasso da vida, o nosso fim. A morte, para nós, já não será uma verdadeira morte.
«Eu sou a Ressurreição e a Vida» (Jo 11, 25).
E quando é que nasce em nós esta Vida que não morre?
No Baptismo. Ali, embora na nossa condição de pessoas que devem morrer, recebemos de Cristo a Vida imortal. De facto, no Baptismo recebemos o Espírito Santo, que foi Quem ressuscitou Jesus.
E a condição para receber este sacramento é a nossa fé, que nós professámos através dos nossos padrinhos. Com efeito, Jesus, no episódio da ressurreição de Lázaro, ao falar com a Marta, disse explicitamente: “Quem crê em Mim, mesmo que tenha morrido, viverá. (…) Crês nisto?” (Jo 11, 25-26).
«Crer», aqui, é um factor fundamental, muito importante: não implica apenas aceitar as verdades anunciadas por Jesus, mas aderir a elas com todo o ser.
Para termos esta vida, devemos, portanto, dizer o nosso sim a Cristo. Isso significa adesão às suas palavras, aos seus mandamentos: vivê-los. Jesus confirma-o: “Se alguém observar a Minha palavra, nunca morrerá” (Jo 8, 51). E os ensinamentos de Jesus estão todos concentrados no amor.
Por conseguinte, não podemos deixar de ser felizes: temos a Vida em nós!
«Eu sou a Ressurreição e a Vida» (Jo 11, 25).
Neste período em que nos preparamos para celebrar a Páscoa, ajudemo-nos uns aos outros a fazer uma mudança de rumo - que é preciso renovar sempre -: ir na direcção da morte do nosso eu, para que Cristo, o Ressuscitado, viva em nós a partir de agora.
Palavra de Vida, Março de 1999, publicada em Città Nuova, 25.2.1999, nº 4, pg. 45.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Relíquia da Paixão...
Se tivesse que escolher uma relíquia da tua Paixão,
tomaria precisamente aquela bacia cheia de água suja.
Dar a volta ao mundo com aquele recipiente
e perante cada pé
cingir-me com toalha
e colocar-me de joelhos,
nunca levantando a cabeça acima da cintura
para não distinguir os amigos dos inimigos,
e lavar os pés do vagabundo, do ateu,
do drogado, do prisioneiro, do homicida,
daquele que já não me saúda,
daquele colega por quem já não rezo,
em silêncio,
até que todos tenham entendido no meu o teu amor.
Luigi Santuci Una Vita di Cristo: volete andervene anche voi? S. Paolo, Roma 2001