segunda-feira, 31 de agosto de 2009

… de Jesus Abandonado.
É clara a minha missão, a minha vocação,
o desígnio de Deus sobre mim…
amar profundamente Jesus,
viver na mais íntima comunhão com o Transfigurado
e não permitir que o grito do Abandonado:
“Meu Deus, meu Deus, porquê me abandonaste?”,
volte a ecoar sobre a face da terra.
Que em circunstância alguma,
o Verbo de Deus, feito Homem das Dores,
se volte a sentir Abandonado…
A minha missão, a minha vocação,
o desígnio de Deus sobre mim…
amá-LO,
adorá-LO,
contemplá-LO,
conformar-me a Ele
e não permitir que se sinta só…
Mesmo que todos Vos abandonem, Jesus,
concedei-me a graça de Vos ser fiel
e jamais Vos deixar só…
A minha missão, a minha vocação,
o Vosso desígnio de amor sobre mim…
Amar-Vos,
ser Vossa companhia,
viver no Vosso Coração
e d’Ele ser bálsamo
que, com amor,
suaviza e cura
a ferida do Vosso Abandono!
P. Marcelino Caldeira
Fátima, 20/8/2009

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Santo Agostinho de Hipona
bispo e doutor da Igreja

«Tarde Vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e aí Vos procurava; com o meu espírito deformado, lan­çava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco.
Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria se não existisse em Vós. Chamastes, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes, resplandecestes e curastes a minha cegueira. Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós. Saboreei-Vos, e tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me, e comecei a desejar ardentemente a vossa paz».
Santo Agostinho de Hipona

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Santa Teresinha do Menino de Jesus
vida em filme («Thérèse»)
Que dizes a Jesus?
"NÃO LHE DIGO NADA,
AMO-O."
Stª Teresinha do Menino Jesus

Thérèse
vida de
Stª Teresa do Menino de Jesus

9ª Parte
(legendado em Espanhol)



Thérèse
vida de Stª Teresa do Menino de Jesus
10ª Parte
(legendado em Espanhol)


Fim

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Santa Teresinha do Menino de Jesus
vida em filme («Thérèse»)
Que dizes a Jesus?
"NÃO LHE DIGO NADA,
AMO-O."
Stª Teresinha do Menino Jesus

Thérèse
vida de
Stª Teresa do Menino de Jesus

5ª Parte
(legendado em Espanhol)



Thérèse
vida de Stª Teresa do Menino de Jesus
6ª Parte
(legendado em Espanhol)



Thérèse
vida de Stª Teresa do Menino de Jesus
7ª Parte
(legendado em Espanhol)



Thérèse
vida de Stª Teresa do Menino de Jesus
8ª Parte
(legendado em Espanhol)

Continua

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Stª Teresinha do Menino de Jesus
vida em filme («Thérèse»)
Que dizes a Jesus?
"NÃO LHE DIGO NADA,
AMO-O."
Stª Teresinha do Menino Jesus

Thérèse
vida de
Stª Teresa do Menino de Jesus

1ª Parte
(legendado em Espanhol)



Thérèse

vida de Stª Teresa do Menino de Jesus
2ª Parte
(legendado em Espanhol)



Thérèse

vida de Stª Teresa do Menino de Jesus
3ª Parte
(legendado em Espanhol)



Thérèse

vida de Stª Teresa do Menino de Jesus
4ª Parte
(legendado em Espanhol)


continua

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

São Bernardo de Claraval
Resumo Biográfico
Nasceu no ano 1090 perto de Dijon (França) e recebeu uma piedosa educação. Admitido, no ano 1111, entre os Monges Cistercienses, foi eleito, pouco tempo depois, abade do mosteiro de Claraval. Com a sua actividade e exemplo exerceu uma notável influência na formação espiritual dos seus irmãos religiosos. Por causa dos cismas que ameaçavam a Igreja, percorreu a Europa para restabelecer a paz e a unidade. Escreveu muitas obras de teologia e ascética. Morreu em 1153.

Dos Sermões de São Bernardo, abade, sobre o Cântico dos Cânticos
Amo porque amo, amo para amar
O amor subsiste por si mesmo, agrada por si mesmo e por causa de si mesmo. Ele próprio é para si mesmo o mérito e o prémio. O amor não busca outro motivo nem outro fruto fora de si; o seu fruto consiste na sua prática. Amo porque amo; amo para amar. Grande coisa é o amor, desde que remonte ao seu princípio, que volte à sua origem, que torne para a sua fonte, que se alimente sempre da nascente donde possa brotar incessantemente. Entre todas as moções, sentimentos e afectos da alma, o amor é o único em que a criatura pode corresponder ao Criador, se não em igual medida, ao menos de modo semelhante. Com efeito, Deus, quando ama, não quer outra coisa senão ser amado: isto é, não ama por outro motivo senão para ser amado, sabendo que o próprio amor torna felizes os que se amam entre si.
O amor do Esposo, ou antes o Amor Esposo, não pede senão correspondência e fidelidade. A amada deve, portanto, retribuir com amor. Como pode a esposa não amar, sobretudo se é a esposa do Amor? Como pode o Amor não ser amado?
Com razão renuncia a qualquer outro afecto e se entrega total e exclusivamente ao Amor a alma consciente de que o modo de corresponder ao amor é retribuir com amor. Na verdade, mesmo quando toda ela se transforma em amor, que é isso em comparação com a torrente perene que brota daquela fonte? Evidentemente, não corre com igual abundância o caudal do amante e do Amor, da alma e do Verbo, da esposa e do Esposo, da criatura e do Criador; há entre eles a mesma diferença que entre a fonte e quem dela bebe.
Sendo assim, ficará sem qualquer valor e eficácia o desejo da noiva, o anseio de quem suspira, a paixão de quem ama, a esperança de quem confia, porque não pode acompanhar a corrida do gigante, igualar a doçura do mel, a mansidão do cordeiro, a beleza do lírio, o esplendor do sol, a caridade d’Aquele que é a caridade? Não. Porque embora a criatura ame menos, porque é menor, se todavia ela ama com todo o seu ser, nada fica por acrescentar. Nada falta onde está tudo. Por isso, este amor total equivale ao desposório, porque é impossível amar assim sem ser amado, e neste mútuo consentimento de amor consiste o autêntico e perfeito matrimónio. Quem pode duvidar de que a alma é amada pelo Verbo, antes dela e mais intensamente?
(Sermão 83, 4-6: Opera Omnia, ed, Cisterc. 2 [l958], 300-302 - Sec. XII)

sábado, 15 de agosto de 2009

Solene definição dogmática
da Assunção
da Virgem Santa Maria

“Depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus omnipotente que à Virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da Sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos S. Pedro e S. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi elevada em corpo e alma à glória celestial”.
Constituição Apostólica Munificentissimus Deus
do Papa Pio XII
Ao terminar a Sua missão na terra, Maria, a Imaculada Mãe de Deus, «foi elevada em corpo e alma à glória do céu» (Pio XII), sendo assim a primeira criatura humana a alcançar a plenitude da salvação.
Esta glorificação de Maria é uma consequência natural da Sua Maternidade divina: Deus «não quis que conhecesse a corrupção do túmulo Aquela que gerou o Senhor da vida».
É também o fruto da íntima e profunda união existente entre Maria e a Sua missão e Cristo e a Sua obra salvadora. Plenamente unida a Cristo, como Sua Mãe e Sua serva humilde, associada, estreitamente a Ele, na humilhação e no sofrimento, não podia deixar de vir a participar do mistério de Cristo ressuscitado e glorificado, numa conformação levada até às últimas consequências. Por isso, Maria é «elevada ao Céu em corpo e alma e exaltada por Deus como Rainha, para assim Se conformar mais plenamente com Seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte» (LG. 59).
Este privilégio, concedido à Virgem Imaculada, preservada e imune de toda a mancha da culpa original, é «Sinal» de esperança e de alegria para todo o Povo de Deus, que peregrina pela terra em luta com o pecado e a morte, no meio dos perigos e dificuldades da vida. Com efeito, a Mãe de Jesus, «glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há-de consumar no século futuro» (LG. 68).
O triunfo de Maria, mãe e filha da Igreja, será o triunfo da Igreja, quando, juntamente com a Humanidade, atingir a glória plena, de que Maria goza já.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Da Catequese de São João Maria Vianney, presbítero
Belo dever do homem: Orar e amar
Prestai atenção, meus filhos: o tesouro do homem cristão não está na terra, mas no Céu. Por isso, o nosso pensamento deve voltar-se para onde está o nosso tesouro.
O homem tem este belo dever e obrigação: orar e amar. Se orais e amais, tendes a felicidade do homem sobre a terra.
A oração não é outra coisa senão a união com Deus. Quando alguém tem o coração puro e unido a Deus, experimenta em si mesmo uma certa suavidade e doçura que inebria e uma luz admirável que o circunda. Nesta íntima união, Deus e a alma são como dois pedaços de cera, fundidos num só, de tal modo que ninguém mais os pode separar. Como é bela esta união de Deus com a sua pequena criatura! É uma felicidade que supera toda a compreensão humana.
Nós tornámo-nos indignos de orar; mas Deus, na sua bondade, permite-nos falar com Ele. A nossa oração é o incenso que mais Lhe agrada.
Meus filhos, o vosso coração é pequeno, mas a oração dilata-o e torna-o capaz de amar a Deus. A oração faz-nos saborear antecipadamente a suavidade do Céu, é como se alguma coisa do Paraíso descesse até nós. Ela nunca nos deixa sem doçura; é como o mel que se derrama sobre a alma e faz com que tudo nos seja doce. Na oração bem feita desaparecem as dores, como a neve aos raios do sol.
Outro benefício nos traz a oração: o tempo passa depressa e com tanto prazer que não se sente a sua duração. Escutai: quando era pároco em Bresse, em certa ocasião tive de percorrer grandes distâncias para substituir quase todos os meus colegas, que estavam doentes; e podeis estar certos disto: nessas longas caminhadas rezava ao bom Deus e o tempo não me parecia longo.
Há pessoas que se submergem profundamente na oração, como os peixes na água, porque estão completamente entregues a Deus. O seu coração não está dividido. Oh como eu amo estas almas generosas! São Francisco de Assis e Santa Coleta viam Nosso Senhor e conversavam com Ele do mesmo modo que nós falamos uns com os outros.
Nós, pelo contrário, quantas vezes vimos para a igreja sem saber o que havemos de fazer ou que pedir! No entanto, sempre que vamos ter com algum homem, sabemos perfeitamente o motivo por que vamos. Mais: há pessoas que parecem falar a Deus deste modo: «Só tenho a dizer-Vos duas palavras para ficar despachado...». Muitas vezes penso: Quando vimos para adorar a Deus, conseguiríamos tudo o que pedimos se pedíssemos com fé viva e coração puro.
(Catéchisme sur la prière: A. Monnin, Esprit du Curé d’Ars, Paris 1899, pp. 87-89)
Oração pelos Sacerdotes
(composta pelo Cardeal Richard Cushing)
Deus Todo-Poderoso e Eterno,
olhai com amor o Rosto de Vosso Filho,
Sumo e Eterno Sacerdote
e por Seu Amor tende misericórdia dos Vossos sacerdotes.
Lembrai-Vos, Compassivo Senhor,
que eles são frágeis e débeis seres humanos.
Renovai neles o dom da vocação
que, de modo admirável,
se consolidou pela imposição das mãos dos Vossos bispos.
Conservai-os sempre junto de Vós
e não permitais que o inimigo os vença
para que nunca se tornem participantes
da mais pequena falta contra a honra de tão sublime vocação.
Senhor Jesus,
rogo-Vos pelos Vossos fiéis e fervorosos sacerdotes
e também pelos que são infiéis e tíbios,
pelos sacerdotes que trabalham na sua própria terra
ou em lugares distantes e missões longínquas;
pelos sacerdotes tentados,
pelos que sentem a solidão, o tédio ou o cansaço;
pelos sacerdotes jovens
ou por aqueles que estejam prestes a morrer,
assim como pelas almas dos sacerdotes
que se encontram no purgatório.
Mas, sobretudo, Vos confio os sacerdotes que muito admiro:
o sacerdote que me baptizou,
o que me absolve dos meus pecados,
todos os sacerdotes a cujas missas tenho assistido
e me dão o Vosso Corpo e Sangue na Sagrada Comunhão;
os sacerdotes que me têm aconselhado, consolado ou animado…
e todos aqueles com quem,
de alguma forma, estou em maior dívida.
Ó Jesus, conservai-os, a todos, junto do Vosso Coração
e abençoai-os abundantemente
no tempo e na eternidade. Ámen.
SÃO JOÃO Mª VIANNEY
(1786-1859)
Uma vida sob o olhar de Deus
Vida do Santo Cura
Nascido a 8 de maio de 1786 em Dardilly, próximo de Lyon (França), numa família de lavradores, João Maria Vianney tem uma infância marcada pelo fervor e pelo amor de seus pais. O contexto da Revolução Francesa exercerá forte influência sobre sua juventude: fará a sua primeira confissão aos pés do grande relógio da sala de estar de sua casa, e não na igreja do povoado, e receberá a absolvição de um sacerdote clandestino.
Dois anos mais tarde, faz a sua primeira comunhão num celeiro, durante uma Missa clandestina celebrada por um sacerdote rebelde. Aos 17 anos, decide responder ao chamado de Deus: “Gostaria de ganhar almas para o Bom Deus”, dirá à sua mãe, Marie Béluze. Seu pai, porém, opõe-se a esse projecto durante dois anos, pois faltavam braços na lavoura familiar.
Aos 20 anos, começa a preparar-se para o sacerdócio com o abade Balley, pároco de Écully. As dificuldades o farão crescer: passa rapidamente do abatimento à esperança, vai em peregrinação ao sepulcro de São François Régis, em Louvesc. Vê-se obrigado a desertar, quando é chamado a entrar para o exército para lutar na guerra na Espanha. Mas o abade Balley saberá ajudá-lo nesses anos caracterizados por uma série de provações. Ordenado sacerdote, em 1815, passa uma primeira temporada como vigário de Écully.
Em 1818, é enviado a Ars. Ali, desperta a fé dos seus paroquianos com a sua pregação mas, sobretudo, com a sua oração e o seu estilo de vida. Sente-se pobre diante da missão que tem a realizar, mas deixa-se envolver pela misericórdia de Deus. Restaura e decora a igreja, funda um orfanato, a que dá o nome de “A Providência”, e cuida dos mais pobres.
Muito rapidamente, sua reputação de confessor atrai muitos peregrinos, que vêm buscar com ele o perdão de Deus e a paz do coração. Assaltado por provações e lutas interiores, mantém o seu coração bem arraigado no amor a Deus e aos irmãos; a sua única preocupação é a salvação das almas. As suas aulas de catecismo e as suas homilias falam sobretudo da bondade e da misericórdia de Deus. Sacerdote que se consome de amor diante do Santíssimo Sacramento, doado inteiramente a Deus, aos seus paroquianos e aos peregrinos, morre em 4 de Agosto de 1859, depois de uma entrega até o extremo do Amor. Sua pobreza não era simulada. Sabia que estava fadado a morrer como “prisioneiro do confessionário”. Três vezes tentará fugir de sua paróquia, acreditando-se indigno da missão de pároco e pensando ser mais um obstáculo à bondade de Deus que um condutor de seu Amor. A última tentativa de fuga ocorreu menos de seis anos antes de morrer. Foi interceptado por seus paroquianos, que tinham feito soar o alarme no meio da noite. Voltou, então, a sua igreja e pôs-se a confessar até à uma da manhã. No dia seguinte, diria: “Comportei-me como uma criança”. No seu funeral, havia mais de mil pessoas, entre as quais o bispo e todos os sacerdotes da diocese, que vinham abraçar aquele que já era seu modelo.
Beatificado em 8 de Janeiro de 1905, foi declarado no mesmo ano “padroeiro dos sacerdotes da França”. Canonizado por Pio XI em 1925, mesmo ano da canonização de Santa Teresa do Menino Jesus, será proclamado em 1929 “padroeiro de todos os párocos do universo”.
(Fonte: página Web Anno Sacerdotalis da Congregazione per il Clero)

sábado, 1 de agosto de 2009

PALAVRA DE VIDA
Agosto de 2009
Chiara Lubich
«Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim» (Jo 13,1).
Quando e que o Evangelho apresenta esta frase? O evangelista João escreveu-a referindo-se ao momento em que Jesus ia lavar os pés aos seus discípulos e se preparava para a sua paixão.
Nos últimos momentos em que viveu com os seus, Jesus manifestou de modo supremo e mais explicito o amor que desde sempre nutria por eles.
«Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim» (Jo 13,1).
As palavras «até ao fim» significam: até ao fim da sua vida, até ao seu último sopro de vida. Mas também existe nelas a ideia da perfeição. Querem dizer: amou-os completamente, totalmente, com uma intensidade extrema, até ao máximo.
Os discípulos de Jesus irão permanecer no mundo, enquanto Jesus vai para o Céu. Sentir-se-ão sós, terão que vencer muitas provas. É precisamente por causa desses momentos que Jesus quer dar-lhes a certeza do seu amor.
«Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim» (Jo 13,1).
Não sentimos, também nós, nesta frase, o estilo de vida de Cristo, o seu modo de amar? Lavou os pés aos discípulos. O seu amor levou-o até ao ponto de fazer esse serviço que, naquele tempo, era reservado aos escravos. Jesus estava a preparar-se para a tragédia do Calvário, para dar aos «seus» e a todos, além das suas extraordinárias palavras, além dos seus próprios milagres, além de todas as suas obras, também a vida. Eles tinham necessidade dela, a maior necessidade que uma pessoa pode ter: a de ser libertada do pecado, ou seja, da morte, e poder entrar no Reino dos Céus. Deviam ter paz e alegria na Vida que nunca acabará. E Jesus entregou-se à morte, gritando o abandono do Pai, até ao ponto de, no fim, poder dizer: «Tudo está consumado».
«Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim» (Jo 13,1).
Encontramos nestas palavras a tenacidade do amor de um Deus e a doçura do afecto de um irmão. Também nós, cristãos, podemos amar assim, porque Cristo está em nós.
Mas eu não pretendo propor que imitemos Jesus a morrer (quando chegou a sua hora) pelos outros. Não quero apresentar, necessariamente, como modelos, o Padre Kolbe, que morreu em substituição de um irmão prisioneiro, nem o Padre Damião, que, tendo-se tornado leproso com os leprosos, morreu com eles e por eles.
Pode acontecer que nunca, no de curso dos anos, nos seja pedido para oferecermos a nossa vida física pelos irmãos. Porém, aquilo que Deus nos pede, com certeza, é que os amemos profundamente, até ao fim, até ao ponto de podermos também dizer: «Tudo está consumado».
Foi o que aconteceu com a pequena Cetti, de 11 anos, de uma cidade italiana. Viu a sua amiguinha e colega Georgina, da mesma idade, muito triste. Quis tranquilizá-la, mas não conseguiu. Quis então ir até às últimas consequências e saber o motivo da sua angústia. Tinha-lhe morrido o pai, e a mãe deixara-a sozinha com a avó, tendo ido viver com outro homem. A Cetti pressente a tragédia e põe-se em acção. Embora pequena, pergunta à colega se pode falar com a sua mãe, mas a Georgina pede-lhe para a acompanhar primeiro à campa do pai. A Cetti segue-a com um amor muito grande e ouve a Georgina, em pranto, a implorar ao pai para a vir buscar.
O coração da Cetti ficou despedaçado. Havia ali uma pequena igreja meia destruída, e entraram. A única coisa intacta era um pequeno tabernáculo e um crucifixo. A Cetti disse: «Olha, tudo vai acabar por ficar destruído neste mundo; mas aquele crucifixo e aquele tabernáculo hão-de permanecer!». A Georgina, enxugando as lágrimas, respondeu: «Sim, tu tens razão!». Depois, delicadamente, a Cetti agarrou na mão da Georgina e acompanhou-a a casa da mãe dela. Quando lá chegaram, com muita decisão, dirigiu-lhe estas palavras: «Olhe, minha senhora, estas coisas não me dizem respeito. Mas eu só lhe quero dizer que a senhora deixou a sua filha sem o afecto materna de que ela tanto precisa. E digo-lhe mais uma coisa: a senhora nunca mais se vai sentir em paz, enquanto não a levar consigo e não se arrepender».
No dia seguinte a Cetti apoiou com amor a Georgina, quando a encontrou na escola. Mas eis um facto novo: um carro veio buscar a Georgina - quem estava ao volante era a mãe. E, daquele dia em diante, o carro voltou sempre, porque agora a Georgina vive com a sua mãe, que abandonou decididamente a amizade com aquele homem.
Sobre a pequena e grande acção da Cetti pode-se dizer: «Tudo está consumado». Fez bem todas as coisas. Até às últimas consequências. E teve êxito.
Pensemos nisto. Quantas vezes começámos a interessar-nos por uma pessoa, e depois abandonámo-la, enganando a nossa consciência com mil e uma desculpas? Quantas acções já iniciámos com entusiasmo, mas depois desistimos diante de dificuldades que pareciam superiores às nossas forças?
A lição que hoje Jesus nos dá é esta:
«Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim» (Jo 13,1).
Façamos o mesmo.
E se um dia Deus nos pedir realmente a vida a sério, não hesitaremos. Os mártires iam ao encontro da morte a cantar. E o prémio será a maior glória. Porque Jesus disse que ninguém no mundo tem maior amor do que aquele que derrama o seu sangue pelos seus amigos.
Palavra de Vida, Abril de 1979, publicada em Essere la Tua Parola. Chiara Lubich e cristiani di tutto il mondo, vol. I, Città Nuova, Roma 1980, pp. 203-206.