segunda-feira, 27 de abril de 2009

São Nuno de Santa Maria, está entre os novos santos
Sinto-me feliz por apontar à Igreja inteira
esta figura exemplar

«Sabei que o Senhor me fez maravilhas. Ele me ouve, quando eu o chamo» (Sal 4,4). Estas palavras do Salmo Responsorial exprimem o segredo da vida do bem-aventurado Nuno de Santa Maria, herói e santo de Portugal. Os setenta anos da sua vida situam-se na segunda metade do século XIV [catorze] e primeira do século XV [quinze], que viram aquela nação consolidar a sua independência de Castela e estender-se depois pelos Oceanos – não sem um desígnio particular de Deus –, abrindo novas rotas que haviam de propiciar a chegada do Evangelho de Cristo até aos confins da terra. São Nuno sente-se instrumento deste desígnio superior e alistado na militia Christi, ou seja, no serviço de testemunho que cada cristão é chamado a dar no mundo. Características dele são uma intensa vida de oração e absoluta confiança no auxílio divino. Embora fosse um óptimo militar e um grande chefe, nunca deixou os dotes pessoais sobreporem-se à acção suprema que vem de Deus. São Nuno esforçava-se por não pôr obstáculos à acção de Deus na sua vida, imitando Nossa Senhora, de Quem era devotíssimo e a Quem atribuía publicamente as suas vitórias. No ocaso da sua vida, retirou-se para o convento do Carmo por ele mandado construir. Sinto-me feliz por apontar à Igreja inteira esta figura exemplar nomeadamente pela presença duma vida de fé e oração em contextos aparentemente pouco favoráveis à mesma, sendo a prova de que em qualquer situação, mesmo de carácter militar e bélica, é possível actuar e realizar os valores e princípios da vida cristã, sobretudo se esta é colocada ao serviço do bem comum e da glória de Deus.
da Homilia de Bento XVI, 26/4/2009, na canonização de São Nuno de Santa Maria

sábado, 25 de abril de 2009

Ferida de Amor...
"Eu estou ferida de Amor" (Ct. 2, 5). Com estas palavras a esposa indica a ferida profundamente feita no seu coração. Ora, aquele que produziu a ferida é o amor; mas da Santa Escritura aprendemos que Deus é Amor (cf. 1 Jo 4, 8). Deus que envia a sua flecha escolhida, o Deus Unigénito, àqueles que são salvos... Bela e doce ferida, graças à qual a vida se difunde dentro de nós, entrando através da abertura produzida pela ferida, como se fosse uma porta de entrada! Não apenas a esposa recebe a ferida d'amor, o golpe da flecha transformou-se em alegria nupcial.
São Gregório de Nisa
(cf. in Cant., Or. IV, Langerbuk, pp. 127-128)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Salmo 41 (42), 2-12
Como suspira o veado pelas correntes das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:
Quando irei contemplar a face de Deus?
Dia e noite as lágrimas são o meu pão,
enquanto me repetem todo o dia: «Onde está o teu Deus?».
A minha alma estremece ao recordar,
quando passava em cortejo para o templo do Senhor,
entre as vozes de louvor e de alegria
da multidão em festa.
Porque estás triste, minha alma, e desfaleces?
Espera em Deus: ainda O hei-de louvar, meu Salvador e meu Deus.
A minha alma está desolada:
no vale do Jordão e do Hermon e no pequeno monte
me lembro de Vós.
Abismo atrai abismo no fragor das águas revoltas;
vossas torrentes e vagas passaram sobre mim.
De dia mande-me o Senhor a sua graça,
de noite canto e rezo ao Deus da minha vida.
Digo a Deus: Sois o meu protector, porque Vos esqueceis de mim?
Porque hei-de andar triste sob a opressão do inimigo?
Quebram-se meus ossos quando os inimigos me insultam,
ao repetirem todo o dia: «Onde está o teu Deus?».
Porque estás triste, minha alma, e desfaleces?
Espera em Deus: ainda O hei-de louvar, meu Salvador e meu Deus.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Suspiro por um só dom,
esforço-me por alcançar uma só glória: a glória do Reino dos Céus...
sempre que a beleza de Deus iluminou os santos,
deixou neles o aguilhão de um desejo intolerável;
tanto que, cansados da vida presente, exclamaram:
"Ai de mim, que o meu desterro se prolongou!
Quando poderei ver o Rosto de Deus?"
São Basílio (Regulae Fusius Tractatae, 2, 1)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Recolher-me-ei todo em Deus.
Já não rocem em mim as línguas humanas
mais que sopros de vento.
Estou cansado
das vozes de quem me repreende

ou de quem, mais que o devido, me exalta.
Busco a solidão, um lugar inacessível ao mal,
onde, com mente indivisa,
procurar o meu Deus

e suavizar minha velhice
com a doce esperança do Céu.

O que deixarei à Igreja?
Deixarei as minhas lágrimas!
Volto os pensamentos
à morada que não conhece ocaso,

à minha querida Trindade, única luz,
da qual tão só a sombra escura
já me enternece.

São Gregório Nazianzeno

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Dois dos discípulos de Jesus
iam a caminho duma povoação chamada Emaús,
que ficava a duas léguas de Jerusalém.
Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido.
Enquanto falavam e discutiam,
Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho.
Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem.
Ele perguntou-lhes: «Que palavras são essas
que trocais entre vós pelo caminho?»
Pararam, com ar muito triste,
e um deles, chamado Cléofas,
respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém
a ignorar o que lá se passou nestes dias».
E Ele perguntou: «Que foi?»
Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré,
profeta poderoso em obras e palavras
diante de Deus e de todo o povo;
e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes
O entregaram para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel.
Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram:
foram de madrugada ao sepulcro,
não encontraram o corpo de Jesus
e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos
a anunciar que Ele estava vivo.
Alguns dos nossos foram ao sepulcro
e encontraram tudo como as mulheres tinham dito.
Mas a Ele não O viram».
Então Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito
para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?»
Depois, começando por Moisés e passando pelos Profetas,
explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da povoação para onde iam,
Jesus fez menção de seguir para diante.
Mas eles convenceram-n’O a ficar, dizendo:
«Ficai connosco, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite».
Jesus entrou e ficou com eles.
E quando Se pôs à mesa, tomou o pão,
recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho.
Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n’O.
Mas Ele desapareceu da sua presença.
Disseram então um para o outro:
«Não ardia cá dentro o nosso coração,
quando Ele nos falava pelo caminho
e nos explicava as Escrituras?»
Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém
e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles,
que diziam:
«Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão».
E eles contaram o que tinha acontecido no caminho
e como O tinham reconhecido ao partir o pão.
Lc 24, 13-35

domingo, 12 de abril de 2009

TESTEMUNHAS DA RESSURREIÇÃO
«A fé dos Apóstolos em Jesus, o Messias esperado, tinha sido posta a uma prova duríssima pelo escândalo da cruz. Durante a sua prisão, condenação e morte, tinham-se dispersado, mas agora achavam-se novamente juntos, perplexos e desorientados. Mas o Ressuscitado faz-se presente diante da sua incrédula sede de certezas. Aquele encontro não foi um sonho, nem uma ilusão ou imaginação subjectiva; foi uma experiência verdadeira, apesar de inesperada e, precisamente por isto, particularmente comovedora. “Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: ‘A paz esteja convosco! ’ ”(Jo 20,19). Diante daquelas palavras, a fé quase apagada nos seus corações reacende-se. Os Apóstolos referiram a Tomé, ausente naquele primeiro encontro extraordinário, "Sim, o Senhor cumpriu aquilo que tinha anunciado; ressuscitou realmente; nós vimo-lo e tocámo-lo!" Tomé, porém, permaneceu duvidoso e perplexo. Quando, oito dias depois, Jesus veio pela segunda vez no Cenáculo, disse-lhe: “Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé”. A resposta do Apóstolo é uma profissão de fé comovedora: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 27-28)(Bento XVI 08/04/2007) «A tarefa do discípulo é testemunhar a morte e a ressurreição do seu Mestre e da sua vida nova. Por isso Jesus convida o seu amigo incrédulo a “tocá-lo”: quer torná-lo testemunha directa da sua ressurreição". (Bento XVI 08/04/2007)
E ainda hoje, o Ressuscitado, nos convida a encontrá-l’O e tocar-l’O, pois quer tornar-nos testemunhas da Sua Ressurreição. Convida-nos igualmente a que nos deixemos tocar por Ele, pelo Seu Amor, pela Sua Graça, pela Sua força. E depois deste toque transformante de Amor, amparados pela força do Espírito Santo, não podemos deixar de ser Suas testemunhas… não podemos deixar de anunciar aos outros, pela PALAVRA e pela VIDA, “Vimos o Senhor!” (Jo 20, 25). Milhões de homens e mulheres, aos longo dos últimos 2000 anos deixaram-se tocar pela Sua Graça e pelo Seu Amor e por isso não puderam mais viver sem Ele, sem ser Suas testemunhas da Sua Ressurreição. Como eles, façamos também nós esta experiência de encontro com o Ressuscitado, toquemo-l’O e deixemo-nos tocar por Ele, entramos nesta feliz aventura de nos despir das obras das trevas e revestir das armas da luz (cf. Rm 13, 12) e de reproduzir na nossa vida a Boa Nova do Ressuscitado, testemunhemos a Sua Ressurreição. Que olhando para nós, os Homens nossos irmãos identifiquem os gestos, as atitudes, os comportamentos, a voz... de Jesus. É que o Seu toque de Amor transforma-nos e vai-nos tornando cada vez mais parecidos a Ele. O Seu toque de Amor vai-nos ajudando a dizer cada vez com mais verdade: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20) e “… para mim, viver é Cristo…” (Fl 2, 21). Deixemos que o Ressuscitado opere em nós este milagre de Vida Nova e assim como Maria Madalena, Tomé, os outros apóstolos e milhões de cristão aos longo da história sejamos testemunhas da morte e ressurreição de Cristo.
«Que a Virgem Maria nos ajude a saborear plenamente a alegria pascal, para que, amparados pela força do Espírito Santo, nos tornemos capazes de difundi-la nos lugares onde vivemos e actuamos. Boa Páscoa a todos!» (Bento XVI, 11/4/2007)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Na Sua Cruz,
as nossas cruzes...
Na Sua Dor,
as nossas dores...
No Seu grito: "Meu Deus, Meu Deus, porquê me abandonaste?",
os nossos abandonos...
Na Sua morte,
a nossa morte para o pecado...
Na Sua Ressurreição,
a nossa vida, Vida Nova em abundância.
JESUS CRUCIFICADO
Ali está tudo.
É o Livro dos livros.
É o Compêndio de todo o saber.
É o Amor mais ardente.
É o Modelo perfeito.
Proponhamo-no-lO como Único ideal da vida.
Foi Ele quem arrastou São Paulo a uma tal santidade...
Que a nossa alma, necessitada de amor,
O coloque diante de si sempre,
em cada momento presente.
Não seja sentimentalismo o nosso amor.
Não seja compaixão exterior.
Seja conformidade a Ele.
Chiara Lubich
in "O grito", Cidade Nova, Parede, 2000, pgs.37.38

quinta-feira, 2 de abril de 2009

“testemunha excelsa de Jesus Cristo e do Evangelho”
Quarto aniversário da morte de João Paulo II
do Testamento de João Paulo II
Totus Tuus ego sum
Em nome da Santíssima Trindade. Amen.
Hoje desejo acrescentar apenas isto, que cada um deve ter presente a perspectiva da morte. E deve estar pronto a apresentar-se diante do Senhor e do Juiz – e ao mesmo tempo Redentor e Pai. Eu também tomo isto em consideração continuamente, confiando esse momento decisivo à Mãe de Cristo e da Igreja – à Mãe da minha esperança.
Uma vez mais desejo confiar-me totalmente à graça do Senhor. Ele mesmo decidirá quando e como devo terminar a minha vida terrena e o ministério pastoral. Na vida e na morte
Totus Tuus, através da Imaculada. Aceitando desde agora esta morte, espero que Cristo me dê a graça para a última passagem, quer dizer, a (minha) Páscoa. Espero também que a torne útil para a causa mais importante que procuro servir: a salvação dos homens, a salvaguarda da família humana, e nela de todas as nações e povos (entre eles refiro-me também em particular à minha Pátria terrena), útil para as pessoas que de modo particular me confiou, para a questão da Igreja, para a glória do próprio Deus.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

PALAVRA DE VIDA
Abril de 2009
Chiara Lubich
«Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor» (Mt 24, 42).
Já repararam que, em geral, nós não vivemos a vida? Arrastamo-la, à espera de um "mais tarde", em que talvez cheguem "dias melhores".
É verdade que há-de vir um futuro melhor, mas não é aquele que imaginamos. Temos um instinto divino que nos leva a esperar alguém ou qualquer coisa que nos possa satisfazer.
E sonhamos talvez com um dia feriado, ou em ter tempo livre, ou com um encontro especial, depois dos quais não ficamos satisfeitos, totalmente satisfeitos. E voltamos à rotina de uma existência que não se vive com convicção. Está-se sempre à espera.
O facto é que, entre os elementos que compõem a vida de cada pessoa, existe um a que ninguém pode escapar: é o encontro pessoal com o Senhor que vem. São esses os "dias melhores" para os quais inconscientemente tendemos, porque somos feitos para a felicidade. Porque só Deus nos pode dar a felicidade total.
E Jesus, sabendo muito bem que todos andamos cegamente à procura da felicidade, avisa-nos:
«Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor» (Mt 24, 42).
Vigiar. Estar atentos. Estar acordados. Porque há muitas coisas de que não temos a certeza neste mundo. Mas de uma, realmente, não há dúvida: um dia vamos morrer. E isto, para o cristão, significa apresentar-se diante de Cristo que vem.
Pode acontecer que também nós sejamos como a maioria das pessoas: fazemos por esquecer a morte, voluntariamente, de propósito. Temos medo daquele momento e vivemos como se não existisse. Queremos afirmar com a nossa vida terrena, enraizando-nos cada vez mais nela, que a morte nos assusta, e, portanto, não existe. Mas aquele momento vai chegar. Porque Cristo virá certamente.
«Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor» (Mt 24, 42).
Com estas palavras, Jesus refere-se à Sua vinda no último dia. Tal como subiu ao Céu, quando estava no meio dos apóstolos, assim há-de voltar.
Mas estas palavras querem dizer também a vinda do Senhor no fim da vida de cada pessoa. De facto, quando uma pessoa morre, para ela o mundo acabou. E já que não sabemos se Cristo vem hoje, esta noite, amanhã, ou dentro de um ano ou mais, temos que vigiar. Precisamente como aqueles que estão alerta, porque sabem que os ladrões vão vir esvaziar-lhes a casa, mas não sabem a que horas vão chegar. E se Jesus vem, quer dizer que esta vida é passageira. Mas, se o é, em vez de a desvalorizarmos, devemos dar-lhe a máxima importância. Temos que nos preparar para aquele encontro com uma vida digna. (…)
«Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor» (Mt 24, 42).
É mesmo necessário que cada um vigie. A nossa vida na simplesmente uma pacífica sucessão de actos. É também uma luta. E as mais variadas tentações, como as sexuais, as da vaidade, do apego ao dinheiro, da violência, são os nossos primeiros inimigos.
Se vigiarmos sempre, não nos deixamos apanhar de surpresa. Mas vigia bem quem ama. É próprio do amor vigiar.
Quando se ama uma pessoa, o coração vigia sempre à sua espera e, cada minuto que passa sem ela, é vivido em função dela. Assim faz uma esposa apaixonada quando trabalha ou prepara aquilo que poderá servir ao seu esposo ausente: faz cada coisa a pensar nele. E, quando ele chega, na sua saudação exultante está todo o alegre trabalho do dia.
Assim faz uma mãe quando tem um pequeno intervalo para repousar, durante a assistência ao seu filhinho doente. Dorme, mas o seu coração vigia.
Assim age quem ama Jesus. Faz tudo em função d'Ele, que encontra nas manifestações mais simples da Sua vontade em cada momento, e encontrará solenemente no dia em que Ele vier. Estávamos a 3 de Novembro de 1974. Tinha terminado, em Santa Maria, no sul do Brasil, um encontro espiritual com 250 jovens, e a maioria vinha da cidade de Pelotas.
O primeiro autocarro, com 45 pessoas, começa a sair: muitas canções, muita alegria. A um certo ponto, durante a viagem, algumas jovens rezam juntas os mistérios dolorosos do terço e pedem a Nossa Senhora a fidelidade a Deus, até à morte. Numa curva, devido a uma avaria mecânica, o autocarro precipita-se num barranco de cerca de cinquenta metros, virando-se três vezes. Morreram seis raparigas.
Uma das sobreviventes disse: «Vi a morte de perto, mas não tive medo porque Deus estava ali». Uma outra: «Quando percebi que podia mexer-me, no meio dos destroços, olhei para o céu estrelado e, ajoelhada entre os corpos das minhas companheiras, rezei. Deus estava ali, perto de nós...». O pai da Carmen Regina, uma das vítimas, contou que a filha repetia muitas vezes: «É bonito morrer, papá, porque vamos ficar perto de Jesus».
«Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor» (Mt 24, 42).
As jovens de Pelotas, porque amavam, vigiavam, e, quando o Senhor veio, foram ao Seu encontro com alegria.
Palavra de Vida, Dezembro de 1978, publicada integralmente em Essere la Tua Parola. Chiara Lubich e cristiani di tutto il mondo, vol. I, Roma, 1980, pp. 137-140.