sábado, 31 de maio de 2008

Coração de Mãe...
Há um coração de Mãe
no qual podes ir refugiar-te,
é o da Virgem.
Ele conheceu todos os desfalecimentos,
todos os despedaçamentos,
e permaneceu sempre tão calmo,
tão forte,
porque permanecia sempre apoiado
no de seu Cristo! (Carta 134)
Beata Isabel da Santíssima Trindade ocd
Maria... ofício da Caridade
A sua vida era tão simples que, mais que qualquer outro santo, me parece imitável. Basta-me olhá-la, sinto-me logo pacificada. (Recordações, 138)
Parece-me que a atitude da Virgem, durante os meses que decorreram entre a Anunciação e o Natal, é o modelo das almas interiores, dos seres que Deus escolheu para viverem de dentro, no fundo do abismo sem fundo. Com que paz, em que recolhimento, Maria se entregava e se prestava a todas as coisas! Como é que mesmo as mais banais eram por ela divinizadas! (O Céu na Fé, 40)
Quando leio no Evangelho «que Maria percorreu diligentemente as montanhas da Judeia» para ir cumprir o seu ofício de caridade junto a sua prima Isabel, vejo-a passar tão bela, tão calma, tão majestosa, tão recolhida interiormente, com o Verbo de Deus. (Último Retiro, 40)
Beata Isabel da Santíssima Trindade ocd

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Doa-me um outro coração
Senhor Jesus,
permite-me que eu Te doe
o meu coração por inteiro,
po
rque também Tu me doaste
todo
o Teu Coração.
Mestre amado, doa-me um outro coração
um coração novo de cristão
que seja semelhante ao Teu.
Coração humilde de Jesus,
concede-me que eu renuncie
a todo
o amor próprio:
que morra em ti.
Coração paciente de Jesus,
concede-me que eu morra à minha vontade,
como Tu
o fizeste, Senhor.
Tira do meu coração toda a maldade:
derrama nele a Tua graça
lava-o com o Teu Sangue, de todo o pecado

e enche-o do Teu Amor,
para que eu seja totalmente abandonado
à Tua Vontade.
Johannes Arndt
A Vós me abandono
Sa
grado Coração de Jesus,

s
ois o meu único regio
e
a minha esperaa segura.
Sois o remédio dos meus males,

o a
lívio das minhas misérias,
a
reparação dos meus erros,
o s
uplemento do que me falta,
a
certeza das minhas dúvidas.
S
ois a minha fonte infavel
e
inesgovel de luz,
de
foa, de constância,
d
e paz e de bênção.
Am
ais-me com um amor infinito.
Tende piedade de mim e fazei de mim,

e
m Vós e por Vós, o que quiserdes,
p
orque eu abandono-me a Vós,
co
nvencida de que nunca me deixareis.
S
anta Madalena Sofia Barat
No Coração de Jesus, Deus ama-nos
e convida-nos ao amor

"O culto ao Sacratíssimo Coração de Jesus é na substância o culto do amor que Deus tem por nós em Jesus, e ao mesmo tempo, a prática do nosso amor para com Deus e os outros homens. Este culto propõe o amor de Deus para connosco como objecto de adoração, acção de graças e imitação; ele tem com finalidade conduzir-nos à perfeição e à plenitude do amor que nos une a Deus e aos outros homens, seguindo cada vez mais alegres o mandamento novo que o divino Mestre deixou aos apóstolos como herança sagrada, quando lhes disse: ‘Dou-vos um mandamento novo: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei…"

Pio XII, “Haurietis aquas in gáudio”
Incendiai o meu coração
Eu Vos saúdo,
Ó Sagrado Coração de Jesus,
fonte viva e vivificante da vida eterna,
tesouro infinito do Amor Divino.
Sois o lugar do meu repouso,
o refúgio da minha segurança.
Ó meu amável Salvador,
incendiai
o meu coração
com
o amor ardentíssimo
que queima
o Vosso;
derramai no meu coração

as g
randes graças
de que
o Vosso é a fonte;
que a Vossa Vontade seja a minha

e
que a minha esteja
ete
rnamente conforme com a Vossa,
porque desejo que no futuro

a Vossa S
anta Vontade seja norma
de todos os meus desejos

e
de todas as minhas acções.
San
ta Gertrudes de Helfta

quinta-feira, 29 de maio de 2008

FAZEI-ME SEMELHANTE A VÓS
Jesus, Vós sois o Caminho que devo seguir,
o modelo perfeito que devo imitar.
Quando chegar ao Juízo final,
quero ser encontrado semelhante a Vós.
Ó divino modelo de humildade e de obediência,
fazei-me semelhante a Vós.
Ó exemplo perfeito de mortificação e de pureza,
fazei-me semelhante a Vós.
Ó Jesus, pobre e paciente,
fazei-me seme­lhante a Vós.
Ó modelo de caridade e de zelo ardente,
fazei-me semelhante a Vós.
beato Tiago Alberione

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Salve, Casa de Deus...
Salve, Senhora Santa Rainha,
Santa Mãe de Deus;
Maria, virgem convertida em templo,
e eleita pelo Santíssimo Pai do céu,
consagrada por Ele
com o seu santíssimo amado Filho
e o Espírito Santo Paráclito;
que teve e tem toda a plenitude da graça
e todo o bem!
Salve, palácio de Deus!
Salve, tabernáculo de Deus!
Salve, casa de Deus!
Salve, vestidura de Deus!
Salve, mãe de Deus!
E vós, todas as santas virtudes,
que pela graça e iluminação do Espírito Santo
sois infundidas no coração dos fiéis,
para, de infiéis que somos,

nos tornarmos fiéis a Deus.

São Francisco de Assis

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Beata Juliana de Liege
e a Solenidade do Corpo de Deus
Nasceu em 1191/1192 na época em que Liege era a capital de um dos senhorios que depois formaram o reino dos Belgas. Perde os pais ainda pequena e é confiada às monjas de Mont-Cornillon (da Ordem de Santo Agostinho), perto, existia uma comunidade de “beghine”, senhoras que fazem vida comum tendo uma Regra, mas sem serem monjas: trabalham, rezam, assistem os doentes de lepra.
Juliana faz-se monja (1207) e algum tempo depois começa a falar-se das suas visões e revelações... Um clérigo de Liege escreve a sua vida, sem no entanto a ter conhecido, dando pouca importância às datas não distinguindo bem as vivências comuns das sobrenaturais. Contudo faz emergir um facto certo: a influência de Juliana na Igreja do seu tempo (e de sempre).

Eis uma das suas visões: de noite, vê resplandecer no céu a lua, mas atravessada por uma misteriosa mancha escura. Segundo ela, esta “lua incompleta” representava a liturgia, que para o seu pleno esplendor falta o essencial: uma festa que honre o Corpo de Cristo sacrificado pela Humanidade.

Esta visão ela guarda para si durante vinte anos, por fim confiou-a só Eva e a Isabel, enfermeira dos leprosos. Uma aliança a três, para dar forma precisa a uma religiosidade eucarística já bem presente em Liege. As três mulheres envolvem padres e frades, comunidades, paróquia. Vêm falar com Juliana os bispos de Cambrai e de Liege. A este último, Roberto di Thourotte, ela pede que institua imediatamente na sua diocese aquela festa, que se chamará do «Corpus Domini». Muitos opõem-se, o bispo hesita. Mas Juliana vai para a frente por sua conta, fazendo preparar em latim o Ofício (orações, leituras, cânticos) para a nova celebração. Quando o texto é posto a circular (começa com as palavras «Animarum cibus» - alimento das almas) todos se vão apaixonando: é lido, explicado, cantado. Assim, rapidamente, em 1246 o bispo institui a festa diocesana do «Corpus Domini».

Sustentava a iniciativa também o arquidiácono de Liege, Tiago Pantaléon, di Troyes (França). E mesmo ele, em 1261 torna-se Papa, com o nome de Urbano IV. Como se tivesse ainda ali Juliana a explica-lo, em 1264, com a bula «Transiturus», ele institui a festa do «Corpus Domini» para toda a Igreja.

Juliana não verá estas coisas. Priora do mosteiro do Mont-Cornillon em 1230, instaura uma disciplina rigorosa que não agrada a todas: em 1248 deixa esta responsabilidade, e retira-se para Fosses, perto Namur, onde morre dez anos depois. O corpo foi sepultado na abadia cistercense de Villers. Mas ainda conseguiu viver tempo suficiente para saber que, depois de Liege, também a Alemanha ocidental (1252) festejava o «Corpus Domini».

(fonte: cf. Santi, beati e testimoni.
Tradução do Italiano para o Português da responsabilidade do autor deste blog)

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Exposto a toda a hora
A Eucaristia não é somente a comunhão…
é também o sacrário e a custódia,
Jesus presente nos nossos altares…
verdadeiro Emanuel, verdadeiro "Deus connosco",
exposto a toda a hora, em todas os lugares da terra,
aos nossos olhos,
à nossa adoração
e ao nosso amor.

Beato Carlos de Foucauld

Encontro de corações
“À noite, fazia uma boa meia hora de adoração ao Santíssimo Sacramento…; quem poderá adivinhar a suavidade desse encontro de corações durante os quais se julga não estar na terra e em que nada mais se vê nem se ouve senão Deus! Deus fala à alma, Deus diz-lhe coisas tão suaves … Enfim, Jesus, que nos pede um pouco de amor…”
Beata Isabel da Santíssima Trindade ocd

«Eu olho para Ele e Ele olha para mim»
Estando calmos e silenciosos, diante de Jesus sacramentado, compreendem-se os seus desejos a nosso respeito, põem-se de parte os nossos projectos para dar lugar aos de Cristo, a luz de Deus penetra, pouco a pouco, no coração, e cura-o.Mas o que é que significa, concretamente, fazer contemplação eucarística? Em si mesma, a contemplação eucarística não é senão a capacidade, ou melhor, a dádiva de saber estabelecer um contacto de coração a coração com Jesus presente realmente na Hóstia e, através d’Ele, elevar-se até ao Pai no Espírito Santo. E tudo isto o mais possível no silêncio, quer exterior quer interior.
Para São Boaventura contemplar significa «Um olhar afectivo para com Deus». Fazia por isso uma óptima contemplação aquele camponês da paróquia de Ars que passava horas e horas imóvel, na Igreja, com o olhar fixo no sacrário e que, interrogado pelo Santo Cura d’Ars por que fazia aquilo o dia inteiro, respondeu: «Eu olho para Ele e Ele olha para mim!»

Na contemplação são sempre dois olhares que se encontram, o nosso olhar para Deus e o olhar de Deus para nós. Se por vezes o nosso olhar se abaixa e cessa, o de Deus esse não cessa.

(cf. RANIERO CANTALAMESSA, "A Eucaristia nossa Santificação", Paulus, Apelação, 2005, pgs. 88 a 90)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Chamados a imitar Maria...
Deus favorece algumas almas inspirando-lhes uma devoção singular, entusiasta e centrada na Santíssima Virgem. Estas almas, impulsionadas pela graça, consagram-se inteiramente à Senhora e identificam-se com ela mediante a prática da vida mariana, que consiste em inspirar-se para tudo na Virgem e fazer tudo em união com Ela.
Deus revela à alma mariana a excelência da Virgem, os seus privilégios e as suas virtudes, com maravilhosa claridade e divinos efeitos. A alma sente-se chamada a copiar em si as virtudes da Senhora, os seus sentimentos e aspirações, tudo o que se vê e se sabe d’Ela, mas com uma força tão misteriosa como eficaz; e em muito pouco tempo consegue tomar posse do espírito e virtudes da Senhora, cuja vida começa a ser a sua própria vida. Aprende na Virgem a amar a virtude sobre todas as coisas e a aborrecer-se até com as imperfeições mais leves, a procurar a destruição de tudo o que herdou do velho Adão e da pecadora Eva. Numa palavra, aprende a amar tudo o que é bom e adquire energias para o praticar.
Procurem ser marianas as almas que se sentem chamadas à intima união com Deus, e asseguro-vos que não lhes custará, porque não há outro meio pelo qual se consiga tão rapidamente a sua pretensão e tão vantajosamente como a verdadeira devoção à Virgem, que já disse consiste na firme e inviolável adesão à Senhora, e regular a nossa conduta pela Sua.
Venerável madre Maria dos Anjos Sorazu, oic
("La Vida Espiritual, coronada por la triple manifestacion de Jesucristo", Madrid, 1956, Centro de Propaganda, pág. 72-82)

domingo, 18 de maio de 2008

Pelo Sangue da Sua Cruz
pacificará todo o meu pequeno céu,
para que possa realmente servir de descanso ao “Três”.
Encher-me-á d’Ele, sepultar-me-á n’Ele
e ressuscitar-me-á com Ele a Sua Vida…
E, se caio a cada instante,
com uma fé plenamente confiante conseguirei que Ele me levante,
e sei que Ele me perdoará,
e que apagará todo o meu pecado com extremo cuidado e delicadeza.
Mais ainda,
que Ele me desposará e me libertará de todas as minhas misérias,
de tudo o que constitua um obstáculo para a acção divina…
Então ficarei totalmente transformada n’Ele
e poderei dizer:
«Já não sou eu que vivo, o meu Mestre vive em mim!» (cf. Gl. 2, 20)
beata Isabel da Santíssima Trindade
(Último Retiro)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Vinde, Espírito Santo!
Enchei-me do fogo do Vosso Amor!
Vinde, Amor Ardente!
Inundai-me com a Vossa Graça!
Vinde, Vento de Tempestade!
Abrasai-me, queimai-me, lavai-me, convertei-me, renovai-me!
Vinde, Fogo Abrasador!
Queimai em mim, aquilo que não vem de Vós!
Reduzi a cinzas o “homem velho” que me afasta de Vós!
Vinde, Semente da Vida Nova!
Fecundai a minha vida
e que das cinzas do “homem velho”, nasça o “Homem Novo”!
Vinde, Doce Medicina!
Curai-me, cicatrizai as feridas,
apagai as marcas deixadas pelo pecado na minha vida!
Vinde, Luz de Santidade!
Inundai-me da Vossa Luz, abri os meus olhos a Vossa Luz,
fazei-me conhecer, amar e viver na Vossa Luz!
Vinde, Esposo da Virgem!
Como Maria, ensinai-me a acolher a Vossa Graça,
a Vossa Semente e a gerar Jesus, na minha vida, para o dar ao mundo
Vinde, Espírito Santo!
Enchei o meu coração com o Fogo do Vosso Amor,
dai assas aos meus pés
e fazei-me testemunha do Amor de Deus!
Vinde, Brisa Suave!
Acolhei-me no Vosso Seio
e fazei em mim a Morada da Vossa predilecção.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Consagração a Nossa Senhora
A Ti, Estrela primeira em nossa tarde
queremos consagrar nossa vontade,
para que em nós se cumpra inteiramente
o projecto de Amor que Deus tiver,
e à Vontade Divina, como a Tua,
se saiba a nossa, sempre, submeter.
A Ti, Ó Virgem Mãe Imaculada, apresentamos hoje o coração,
para que nele dê somente entrada o que for para nossa salvação.
Que como o Teu, mergulhe no Senhor e guarde, inviolável, o Amor.
A Ti, Virgem do Sim absoluto,
que acreditaste logo sem temer,
nós queremos imitar a Fé total,
condição necessária para vencer.
Que como Tu também acreditemos
mesmo sem entender tudo o que vemos.
A Ti, Ó Mãe atenta a todos nós,
consagramos os nossos pensamentos, as decisões, os passos.
Mesmo a voz.
Que nos venha de Ti, Virgem Maria, a força do exemplo a inundar
o nosso tempo todo de harmonia.
E contigo, Senhora, Mãe do Amor, a quem nós bendizemos e amamos,
no Coração de Cristo Redentor encontraremos tudo o que buscamos.

A Ele e a Ti, Ó Virgem Medianeira
,
consagramos a nossa vida inteira.

Fernanda Seno
(poetisa Eborense)

domingo, 4 de maio de 2008

MARIA...
Maria é Virgem e é Mãe.
É Mãe do seu Filho
e, por Ele, Mãe da humanidade.
Ela é como o fontanário público,
onde toda a gente pode ir beber:
cheia de maternidade para com as almas,
porque é a viva, puríssima
e incandescente imagem de Deus
que É Amor;

ela é como a encarnação do amor
ou os braços da Providência celeste
estendidos para a humanidade,

para a servir, para lhe enxugar as lágrimas,
para cicatrizar as feridas,
para lhe indicar o Eterno.
Chiara Lubich,
"Meditações", Editora Cidade Nova, Abrigada, 2005, pág. 128
Ascensão do Senhor
“…elevou-Se à vista deles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos.” (Actos 1, 9) O que significa proclamar que Jesus «foi elevado ao céu»? A resposta está no Credo: «Subiu aos céus, e está sentado à direita do Pai». Que Cristo tenha subido ao Céu significa que «está sentado à direita do Pai», isto é, que também como homem entrou no mundo de Deus; que foi constituído, como diz São Paulo (Ef 1, 22), Senhor e Cabeça de todas as coisas. No nosso caso, «ir para o Céu» ou «para o Paraíso» significa ir para estar «com Cristo» (Fil 1, 23). O nosso verdadeiro céu é Cristo Ressuscitado, com quem iremos encontrar-nos e formar um «corpo» depois de nossa ressurreição, e de modo provisório e imperfeito imediatamente depois da morte. Objecta-se às vezes que, ninguém voltou do além para nos assegurar que ele existe de verdade e que não se trata de uma piedosa ilusão. Não é verdade! Há alguém que a cada dia, na Eucaristia, volta do além para nos dar garantias e renovar as suas promessas, se soubermos reconhecê-lO.
As palavras do anjo,
«Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu?» (Actos 1, 11), contêm também uma reprovação velada: não devemos ficar olhando para o Céu a especular sobre o além, mas viver à espera do regresso [de Jesus], continuar a Sua missão, levar o Seu Evangelho até os confins da terra, melhorar a própria vida na terra. Ele subiu ao Céu, mas sem deixar a terra. Só saiu de nosso campo visual. Ele mesmo nos assegura: «Eis que eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo» (Mt 28, 20). cf. P. Raniero Cantalamessa OFCap.

sábado, 3 de maio de 2008

Santa Mãe...
Santa Mãe do Redentor,

Porta do Céu,
Estrela do mar,
socorrei o povo cristão
que procura levantar-se do abismo da culpa.
Vós que, acolhendo a saudação do Anjo,
gerastes, com admiração da natureza,
o vosso santo Criador,
Ó sempre Virgem Maria,

tende misericórdia dos pecadores.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Palavra de Vida
Maio de 2008
Chiara Lubich
«Onde está o Espírito do Senhor,
aí está a liberdade»
(2 Cor 3, 17)
Apóstolo Paulo escreveu aos cristãos da cidade de Corinto, por quem tinha uma predilecção especial. Tinha vivido com eles durante quase dois anos, entre o ano 50 e o ano 52. Tinha semeado ali a Palavra de Deus, lançando os alicerces da comunidade cristã, até a gerar como um pai (cf. 1ª Cor 3, 6.10; 4, 15).
Poucos anos mais tarde, quando lá voltou, alguns deles desacreditaram publicamente a sua autoridade de Apóstolo (cf. 2ª Cor 2, 5-11; 7, 12). Foi um motivo para reafirmar a grandeza do seu ministério. Ele anunciava o Evangelho não por iniciativa própria, mas porque era movido por Deus. A Palavra de Deus, para ele, já não tinha nada de oculto, porque o Espírito Santo tinha-lha feito compreender à luz daquilo que tinha acontecido em Cristo Jesus. Por isso, podia vivê-la e anunciá-la com plena liberdade. Ela permitia-lhe entrar em comunhão com o Senhor, ser transformado n’Ele e até ser guiado pelo seu próprio Espírito de liberdade.
«Onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade».
É Jesus Ressuscitado, o Senhor, quem continua ainda hoje, como nos tempos de Paulo, a agir na História, e em particular na comunidade cristã, através do seu Espírito. A nós, concedeu-nos a graça de compreender o Evangelho em toda a sua novidade e continua a escrevê-lo nos nossos corações para que se torne a lei da nossa vida.
Nós não somos orientados por leis que nos sejam impostas de fora, não somos escravos condicionados por regulamentos com que não concordemos ou de que não estejamos convencidos. O cristão é movido por um princípio de vida interior que o Espírito Santo colocou nele através do baptismo. É movido pela Sua voz, que repete as palavras de Jesus, fazendo-as compreender em toda a sua beleza. São expressão de vida e de alegria: o Espírito Santo torna-as actuais, ensina-nos como as podemos viver e, ao mesmo tempo, infunde em nós a força para as podermos pôr em prática. É o próprio Senhor que, graças ao Espírito Santo, vem viver e agir em nós, tornando-nos Evangelho vivo.
Sermos guiados pelo Senhor, pelo Seu Espírito, pela Sua Palavra: esta é a verdadeira liberdade! Coincide com a realização mais profunda do nosso eu.
«Onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade».
Mas sabemos que, para que o Espírito Santo possa agir, é necessária uma total disponibilidade para O ouvir – estarmos prontos a mudar a nossa mentalidade, se for preciso – e, depois, aderir plenamente à Sua voz. É fácil deixarmo-nos escravizar pelas pressões exercidas pelos costumes e pelo consenso social, e sermos levados a fazer escolhas erradas.
Para viver a Palavra de Vida deste mês é preciso aprender a dizer um “não” decidido ao negativo, que nos vem do coração todas as vezes que somos tentados a ficar instalados em atitudes que não são segundo o Evangelho. Temos que aprender a dizer um “sim” convicto a Deus, sempre que percebermos que Ele nos chama a viver na verdade e no amor.
Descobriremos a ligação entre a cruz e o Espírito, como entre causa e efeito. Todo o corte, toda a poda, todo o não ao nosso egoísmo é uma fonte de luz nova, de paz, de alegria, de amor, de liberdade interior, de realização de nós mesmos. É uma porta aberta ao Espírito. Neste tempo de Pentecostes, Ele poderá derramar sobre nós, com maior abundância, os Seus dons. Poderá guiar-nos. Seremos reconhecidos como verdadeiros filhos de Deus.
Seremos cada vez mais livres do mal, cada vez mais livres para amar.
«Onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade».
Foi essa liberdade que encontrou um funcionário das Nações Unidas, durante o seu último mandato num dos países dos Balcãs. A missão que lhe tinha sido confiada representava um trabalho gratificante, embora de extrema responsabilidade. Uma grande dificuldade eram os prolongados momentos longe da família. Mesmo quando voltava a casa não era fácil deixar “fora da porta” o fardo do trabalho em que estava envolvido, para se dedicar de alma e coração aos filhos e à esposa.
De repente, foi transferido para outra cidade, sempre na mesma região. Seria impensável levar consigo a família porque, apesar dos acordos de paz assinados há pouco, as hostilidades continuavam. O que fazer? O que é que valia mais, a carrreira ou a família? Sobre este assunto falou longamente com a esposa, com quem partilha, há um certo tempo, uma intensa vida cristã. Pedem a luz ao Espírito Santo e, juntos, procuram a vontade de Deus para toda a família. Por fim, a decisão: era melhor deixar aquele trabalho que iria até ser bem remunerado. Foi uma decisão realmente rara naquele ambiente profissional. «A força para fazer esta escolha – conta ele mesmo – foi fruto do amor recíproco com a minha esposa, que nunca me fez pesar os incómodos que o meu trabalho lhe trazia. Aquilo que eu fiz foi procurar o bem da família, para lá da segurança económica e da carreira, e encontrei a liberdade interior».